"Determino a prisão e o início do cumprimento da pena de reclusão, em regime fechado, em relação ao réu Fernando Affonso Collor de Mello". Essa foi a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nessa quinta-feira. Hoje, sexta-feira, o sujeito foi levado detido às 4 da manhã. Grande dia! Sextou!!!
Vai ficar atrás das grades, ver o Sol nascer quadrado, durante quanto tempo? Um dia? Nem 24 horas? Uma semana? Um mês? Talvez um ano? Sinceramente? Sem "torcida"? Acho que se ficar meio ano atrás das grades vai ser muito. Talvez cumpra um mês hospedado num presídio all inclusive por um mês. Isso enquanto seus advogados trabalham freneticamente para libertá-lo.
Vai em cana acusado de corrupção passiva e outros crimes. É acusado, por exemplo, de lavagem de dinheiro em um esquema envolvendo a BR Distribuidora. Em 2023 já havia sido condenado a 8 anos e 10 meses de prisão mais 90 dias-multa. Mas... a defesa apresentou embargos de declaração para esclarecer pontos do acórdão e rever aspectos da condenação. Ou seja, ganhar tempo... Agora, não teve jeito!
Poderia já ter sido pelo conjunto da obra que começou em 16 de março de 1990 quando Fernando Collor sequestrou a poupança da população. Os mais pobres (pra variar...) sofreram mais! O governo bloqueou 80% dos valores em cadernetas de poupança, contas correntes e outros investimentos, Foi por um período de 18 meses. Era pra "controlar" a inflação.
Claro que não controlou e o povo ficou desesperado. Muita, muita gente que dependia daquele dinheiro para sobreviver. As pessoas perderam negócios, casas e, vários, a vida. Ou tiveram problemas graves de saúde (tipo infarto, AVC...) ou tiraram a própria vida em desespero...
Mas não é só. A folha corrida é grande! Junto com PC Farias (que foi morto de forma misteriosa...) foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber, de empresas ligadas a PC, quase 5 mil dólares (parece pouco? Coloque a inflação de todo esse período...). Na defesa, o então presidente argumentou que eram "sobras de campanha". Mas a PGR entendeu diferente: era crime de corrupção passiva.
No final de 1992, ele sofreu impeachment. Como o afastamento era iminente, renunciou ao cargo em 29 de dezembro de 1992. Mas não adiantou. O processo já vinha correndo há alguns meses e os parlamentares entenderam que o pedido de renúncia foi só para não ficar inelegível por 8 anos.
Demorou, mas o dia da prisão chegou!
Collor está sem mandato. Foi senador até o fim de 2023.
O "Caçador de Marajás" tão apoiado pela imprensa vetusta patronal agora vai poder descansar num quarto só pra ele com 3 refeições garantidas por dia.
É, "o tempo é o senhor da razão"...
