Curitiba e o Paraná registram altos índices de Morte Violenta Intencional (MVI). Em 2023, o estado estado estava em nono lugar no ranking dessas mortes: 1.837 homicídios dolosos (quando há intenção de matar); 51 latrocínios (roubo seguido de morte) e 341 mortes devido à intervenção policial, em serviço ou fora de serviço. Só Curitiba, há apenas 2 anos, registrou 200 homicídios, 8 latrocínios e 3 feminicídios.
Poisintão... Diante disso tudo, não é que os nobres vereadores curitibanos decidiram aprovar (em primeira votação) a criação do Dia dos Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) da cidade? E o projeto, como não poderia deixa de ser..., é de 2 vereadores de direita: Eder Borges (PL) e Delegada Tathiana Guzella (União).
De acordo com o portal Brasil de Fato, outra vereadora, a progressista Camila Gonda (PSB) é contrária à proposta e explicou o motivo: "Mais armas nas ruas é uma chance de se aumentar a violência. Durante o governo Bolsonaro [um defensor do armamento da população], caçadores, atiradores desportivos e colecionadores tiveram mais de 3,5 mil armas de fogo roubadas, furtadas ou perdidas. Inclusive o próprio Bolsonaro, quando era deputado federal, perdeu a arma e a moto durante um assalto".
E para ser o "dia de louvação" a quem gosta de armas, foi escolhido o 3 de agosto. E não foi à toa: 3 de agosto pode significar 3.8.... para lembrar do revólver "tresoitão".
Hoje, 23 de abril, é o Dia Mundial do Livro. Há poucos dias, em 18 de abril, foi comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Em vez de pensar em "exaltar" seres armados e armamentos, nossos/nossas nobres edis deveriam incentivar a leitura de livros, a educação e a cultura de jovens e adultos.
Troque sua arma por um livro.
Veja, abaixo, como votaram os vereadores. "S" é sim, defendem o projeto... e "N" é não, são contra o projeto.
(foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
