Curitiba completou nesse sábado, 29 de março, 332 anos. Pois foi bem no dia aniversário da capital paranaense que morreu um dos seus personagens mais ilustres: o Oil Man. Nelson Rebello, professor e biólogo, que encarnava o Oil Man, morreu nessa madrugada aos 64 anos. Estava internado em um hospital da cidade desde o começo da semana e teve uma parada cardiorrespiratória.
Foi em 1997 que ele resolveu sair pelas ruas da cidade de bicicleta, vestindo só uma sunga vermelha, tênis e com o corpo besuntado de óleo bronzeador. Daí o apelido.
Ao todo, 28 anos circulando, principalmente pelas vias centrais, virou uma figura popular. Muito irreverente, desfilava assim até no rigoroso inverno curitibano. Por esse comportamento, muita gente brincava e o chamava de "super-herói" por encarar temperaturas tão baixas com quase nada de roupa.
O Oil Man faz parte de uma galeria de personagens de Curitiba. Gente da vida real e da ficção.
Na década de 1970, a Boca Maldita no calçadão da Rua XV virava palco para a travesti Gilda. Com um jeitão despojado e transgressor, em plena ditadura militar - e numa cidade conservadoríssima - Gilda rodopiava pela região central e "ameaçava" os homens: "Um trocado ou um beijo". Também contam que ela se aproximava das mesas externas dos bares do calçadão e sentava no colo de alguns clientes. Quem também não desse uma graninha ela ameaça "não levantar mais"...
O calçadão da Rua XV tem tantas histórias que envolvia sorte e azar... Mais uma figura carimbada era a dona Terezinha, vendedora de bilhetes da loteria federal. Na esquina com a rua Monsenhor Celso, ela ficava sentada em sua cadeirinha e gritava: "É a borboleta 13.... é o 13... borboleta 13....13!"
Quem mora em Curitiba há anos ou, pelo menos, já visitou a cidade com frequência, já viu ou foi vítima do Homem Sombra, um tipo que também fez sucesso em programas populares de televisão. No calçadão, ele seguia uma pessoa imitando seus gestos. A "plateia" se divertia. A vítima quando percebia, ficava muito braba pelo "mico" ou também caia na gargalhada...
Contos de humor, sorte, azar e.... terror!
A Curitiba de tantas lendas e folclore também precisaria ter alguém do além. E tinha! Era a Loira Fantasma. Na década de 1970 ajudou a vender muitos jornais com suas histórias. Reza a lenda que, nas décadas de 1960/70, uma mulher muito bonita pegava um taxi à noite e ia até o cemitério do Abranches. Quando chegava lá, pedia para o motorista aguardar, entrava no cemitério e desaparecia. O fundo de verdade dessa lenda é que a loira teria tido uma morte trágica: estuprada e morta por um taxista.
Nesse cenário de realidade e ficção, viveu o Oil Man. Ao morrer, recebeu a reverência do governador e do prefeito de Curitiba. Mas o mais bacana foi ser lembrado pelo povo que ele encontrava com frequência pelas ruas.
A irreverência de Gilda na Boca Maldita
Dona Terezinha e a "Borboleta 13...13"
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