Não se deixe enganar pela presença de Marilyn Monroe. No Brasil venderam o filme como se ela fosse uma das atrizes principais. Não é o caso. Aparece em poucas cenas e tem pouquíssimas falas. Para ela isso era normal naquela época (1951), quando tinha 25 anos e estava apenas começando no cinema.
Também não leve em conta o título: "Em Cada Lar, um Romance". Foi o que arranjaram na versão brasileira de "Home Town Story". Também nada a ver com a história: "Estória da Cidade Natal".
Pra nós, pareceria que era um daqueles filmes "melosos" do pós-guerra, uma época em que os americanos queriam mais era entretenimento e fácil. "Nada para pensar"...
Já adianto que o roteiro é fraco. Calma!... Em tese (só em tese!) é, digamos, bacaninha... conta a história do jornalista Blake Washburn (Jeffrey Lynn) que é dublê de político. Poisintão, ele perdeu a reeleição para o Senado e volta para a cidadezinha natal pra herdar o jornal do tio.
Na Redação, ele impõe um ritmo frenético, as máquinas não param, e ele faz/manda fazer artigos sobre os lucros exagerados das grandes companhias. Pessoas próximas o acusam de apenas "querer ficar bem com o povo" pra tentar se eleger novamente como senador. Ele nega e afirma que o que escreve são os princípios dele.... ah, tá!
Mas uma tragédia vai acabar mudando o jeito dele de pensar. Pesquisando sobre o filme, li que o roteiro foi uma encomenda da General Motors (oh, yeah! A montadora de carros...) pra vender a ideia de que o lucro é legítimo, legal e sagrado.
Diz-se que "filmes encomendados" era coisa normal na era dourada de Hollywood. Deveria equivaler ao que passou a se chamar merchandising... Um milionário, uma grande corporação, uma sociedade de qualquer coisa, sugeria o tema para uma produção e, of course, pagava bem pela encomenda.
E onde entra Marilyn Monroe nessa história? Ela faz Iris Martin, secretária de Blake no jornal.
O roteiro é débil; as interpretações, em alguns momentos, constrangedoras; a fotografia bem meia-boca... Aí você me pergunta: "Então o filme é uma M"?
Mais uma vez, calma, minha amiga/meu amigo! Vale assistir pra conhecer esse tipo de produção daquele época (as "encomendas"); pelo tema política/jornalismo; e pela presença, apesar de meteórica, da vênus platinada Marilyn Monroe.
Você vai ver como foram os primeiros passos dela na telona.
* Agora uma informação importante: É possível ver o filme DE GRAÇA no YouTube.