A arte serve para isso. Para contar histórias. Para não deixar morrer o passado e também para prever (e prevenir!) o futuro. O cinema, em particular, é um meio para vermos e ouvirmos a arte viva. Como bem disse Fernanda Torres, ela foi o "cavalo" (termo, no espiritismo que significa o médium que recebe um espírito) para Eunice Paiva se manifestar e contar sua história.
Assim são todos as atrizes e atores: eles deixam que personagens incorporem neles para passar uma mensagem. No caso do premiado Ainda Estou Aqui (dirigido por Walter Salles), o Melhor Filme Internacional no Oscar 2025, conta um período sombrio da vida política brasileira: a ditadura militar. Junto vem o sofrimento da família Paiva que teve Rubens, ex-deputado federal, sequestrado e assassinado por regime ditatorial. Isso na década de 1970.
Importante, também, foi Fernanda (indicada como melhor atriz) ter contado isso para a imprensa americana. Contar que os Estados Unidos patrocinou a ditadura militar no Brasil.
Para isso serve o cinema. Para informar, para relembrar e, quando possível, para entreter.