Depois da polêmica demissão do apresentador Rodrigo Bocardi ("por descumprir normas éticas", segundo a empresa), a Globo mandou mais essa: Proibiu que jornalistas fossem à festa da eleição de Hugo Motta (Republicanos/PB) para a presidência da Câmara dos Deputados. Motivo da vez: "Não devem participar de eventos que possam comprometer a imparcialidade".
Poisintão.... Ética e imparcialidade... a gente vê por aqui (no meio patronal)?
Bora Pensar! e bora lembrar.... O grupo Globo ficou famoso por defender pautas nada populares. Exemplos: Foi contra a criação do 13º salário mínimo (criado pelo então presidente João Goulart, que todos sabemos foi derrubado por um golpe militar...); também apoiou esse golpe em 1964; escondeu o máximo que pode os primeiros comícios pelas eleições diretas; deu sustentação à operação Lava Jato (que acabou desclassificada pelo STF e o juiz que conduziu os trabalhos, Sergio Moro, considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal).
Aí você me pergunta: "Mas só a Globo fez coisa errada?" Não, meu amigo, minha amiga! Outro exemplo de atrocidade da mídia "imparcial" foi o caso da Folha de S. Paulo que cedeu veículos para os brucutus que estavam a serviço da ditadura militar. A denúncia é de um ex-preso político.
Em entrevista à TV Cultura, o ex-deputado Adriano Diogo (PT/SP), que presidiu a Comissão da Verdade de São Paulo Rubens Paiva, falou:
"Em 17 de março de 1973, um sábado, estava em casa. Estava tudo em paz. Só tinha um carro da Folha de S. Paulo, um caminhão-baú da Folha de S. Paulo, no borracheiro em frente à minha casa. Os militares saíram do carro da Folha de S. Paulo e crau. Pegaram a gente".
Adriano conta que foi levado para o DOI-Codi (centro de tortura da ditadura em São Paulo), onde foi torturado, segundo ele, pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ficou preso durante um ano e meio.
Na época ele fazia parte do movimento estudantil.
É o que eu digo: Não existe jornalismo imparcial. Existe jornalismo honesto.