quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

"VALE-CRECHE": É O QUE TEMOS PARA OS "CURITIBINHAS" ?

   





     Desde que o mundo é mundo, que a escrita surgiu por volta de 3.500 antes de Cristo, na Mesopotâmia; que a educação acadêmica em escolas começou ainda nas sociedades primitivas e tribais (destaque-se que na Grécia Antiga  a educação era considerada essencial para o desenvolvimento infantil); e desde que eu me conheço por gente (não há tanto tempo assim...) ouço falar de que faltam vagas nas creches de Curitiba.
    E aí existe um "número mágico": 10 mil vagas faltantes. Por que nas últimas duas gestões (do prefeito Rafael Greca, do PSD) não se zerou essa demanda? Ou pelo menos não se reduziu drasticamente? 
    Pois bem! Agora o novo prefeito, Eduardo Pimentel (PSD) que foi vice de Greca quer resolver o problema "privatizando" essa educação com o "Vale-Creche". Ou seja, comprando vagas em escolas particulares para que curitibinhas não fiquem sem atendimento.
     E a Câmara Municipal aprovou esse projeto. Aprovou porque o prefeito tem maioria na casa.
    Óbvio que alguma atitude "emergencial" deve ser tomada. Toda criança precisa de acolhimento. Mas por que não se resolveu antes? A justificativa da Prefeitura é a urgência de atendimento. É um argumento razoável.
    Mas vamos saber o que pensa o Sindicato dos Servidores do  Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac). O Sindicato alerta que esse programa vai precisar de 50 milhões de reais, verba que não estava prevista no orçamento e que será retirada de outras áreas.
    Bora lembrar que o problema não surgiu da noite para o dia. Não é uma demanda "nova". Deve ser tratado como falta de planejamento....
    O sindicato dos professores vai além: Para o Sismmac, "não há qualquer garantia de controle sobre a qualidade das instituições privadas que irão receber as crianças, nem sobre sua estrutura, segurança, alimentação e gestão pedagógica."
    E ainda: Esses 50 milhões de reais dariam para construir 14 CMEIs. Para o sindicato, "o risco é que essa lógica se consolide de maneira permanente e afete toda a educação pública municipal". Também tem outra pergunta que fica no ar: Pelo menos a Prefeitura já está estudando projetos para a construção de novas creches? Sabemos que do projeto à conclusão da obra, demora. Mas uma hora precisa começar, né?
    Com dinheiro para creches particulares, caminharíamos para a privatização da educação municipal em Curitiba? Espero que o prefeito tenha um mínimo de bom senso e nem pense nisso. Nem pense!