É óbvio que o motivo da cassação é grave. Carla Zambelli (PL/SP) foi acusada de abusar dos meios de comunicação nas eleições de 2022. Para os juízes do TRE-SP, a deputada divulgou informações mentirosas sobre o processo eleitoral daquele ano e montou uma "teia de desinformação" usando redes sociais e sites para dar informações inverídicas. Ainda cabe recurso. No Tribunal Regional perdeu o mandato por 5 votos a 2. Até a decisão final, continua deputada.
O pedido de cassação é da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL/SP) que justificou: Zambelli divulgou vídeos que questionavam a lisura das eleições. Havia posts com ataques a ministros do STF e ao sistema eleitoral.
Sim, são motivos graves. Mas o gravíssimo foi a parlamentar perseguir - com uma arma - um jornalista negro pelas ruas de um bairro de São Paulo. Na época, ela afirmou que o rapaz a xingou e a empurrou. Uma imagem mostra a deputada escorregando na calçada antes de começar a perseguição. A deputada também justificou o ato: Queria que o homem "se entregasse" enquanto ela chamava a polícia. Bora lembrar que a legislação eleitoral proíbe o porte de arma um dia antes da eleição, no dia da votação, e um dia depois.
E sabe o que aconteceu depois? O jornalista perseguido pelas ruas escreveu um artigo sobre o caso criticando a postura da parlamentar. Zambelli o processou por difamação e ele foi condenado. Pena de 8 meses em regime aberto que foi convertida em serviços comunitários.
Brasil, meu Brasil brasileiro.