terça-feira, 3 de dezembro de 2024

S.O.S. TRABALHADOR: PATRÃO NÃO É AMIGO... NÃO É "PARÇA"... NÃO É SÓCIO DE EMPREGADO

   


     Quando falo que patrão não é amigo, tem gente que surta, tem chilique, fica histérico. Alguns empregados acham que são "donos" da firma. na-na-na-nada disso! O tio explica: é a eterna briga entre o capital e o trabalho. 
    O que o patrão quer é lucro. Só lucro. Se ele conseguir o "melhor" pelo menor salário, está ótimo! Só que isso não funciona aqui nem na China que, "teoricamente", é comunista, mas que pratica o chamado capitalismo de estado. Quem quer qualidade tem que pagar por isso. É assim pra comprar um produto, é assim para ter uma mão de obra bem preparada. 
    E a equação é simples: Contratando os melhores profissionais, pagando melhores salários, você vai ter os melhores produtos.
    Mas na cabeça do capitalista idiota, a roda gira de outra maneira: Manda embora quem "ganha muito" (o que é "muito"?) e fica com alguém que recebe um pouquinho mais (e olhe lá!) que o piso.
    Ainda: Patrão "não dá emprego". Aí aquele sujeito sem consciência nenhuma de classe larga essa: "Esse patrão é tão bom! Veja quantos empregos ele pra tanta gente!". Dono da firma não dá emprego. Ele contrata as pessoas que imagina serem suficientes pra tocar o negócio e pra dar lucro. Quando menos se espera - e por qualquer motivo... ou sem motivo - ele já despede uma(s) pessoa(s).
    Quem fica, espera o quê? A sua hora chegar! Não há "estabilidade", não há sindicato que "segure vaga". Pode ter certeza que nos casos das chamadas grandes empresas, ocorrem demissões não porque a folha de pagamento "pesa muito" e que por isso a firma pode "quebrar". O que o dono não quer é repartir melhor o pão. Caiu o faturamento? Manda embora fulano, cicrana e beltrano... e quem mais precisar! Quem "assina o cheque" jamais vai trocar o whisky 18 anos pelo 12 anos porque o lucro foi menor.
    O que o tio também não gosta é de ouvir trabalhador pobre, que pensa que é "rico", dizer: "Ah, mas é assim mesmo! Demissão faz parte!" Demissão deveria ser o último recurso depois de se tentar todos os remédios. Mas, no capitalismo "à brasileira", o tratamento mais amargo e dolorido, conhecido como demissão, é usado primeiro.
    Minha solidariedade a quem é mandado embora próximo ao Natal. Sei que é démodé ser solidário, ainda mais nessa época, quando o assunto é perder o emprego, mas tenho essa estranha mania de me preocupar com as outras pessoas.
    Esse tipo de atitude do patrão seria obra de Deus?
    Acho que não! Deus não teria essa maldade toda!
    É atitude de quem reza de madrugada e comete pecados durante o dia.