Saudades de quando o real valia mais do que o dólar? Pra quem é (muito!) novo, isso parece sonho. Mas já aconteceu! Quando o Plano Real foi criado em 1º de julho de 1994, um real valia um dólar. Isso mesmo!
Mas tem lembrança melhor! Em outubro daquele ano, a moeda americana chegou a baixar para R$ 0,82. Ou seja, precisava de mais de um dólar para comprar um real . Era um tempo em que o governo de Itamar Franco (1930-2011) "segurou" o câmbio para estabilizar os preços . E moeda norte-americana disparando poderia fazer voltar a inflação galopante por causa de importações e exportações dos nossos produtos. E o Real "forte" pavimentou o caminho para a eleição presidencial de Fernando Henrique Cardoso.
Estava bom para comprar produtos importados (todas aquelas quinquilharias...) em lojas de R$ 1,99 (lembra?) e pra viajar ao exterior. Os sacoleiros largaram o Paraguai e partiram para Miami e Nova York...
Esse sonho brasileiro de ter no bolso uma moeda "forte" durou até 1999 (um ano depois da reeleição de FHC, do PSDB). Naquele ano, o governo desvalorizou o Real. Foi bom para as exportações. Com a moeda nacional valendo menos, ficou mais interessante vender para o exterior porque faturaríamos mais.
De lá pra cá, o Real só desvalorizou. Com alguns momentos de estabilidade, foi perdendo valor. Nessa segunda-feira. 2 de dezembro, fechou a R$ 6,06. Novo recorde!
O atual momento do mercado "doidão" tem dois motivos básicos: O plano de contenção de gastos e o anúncio da isenção de IR para quem ganha até 5 mil reais. Quer dizer: A Faria Lima não gostou de saber que o plano era "tímido" no corte de gastos e que pobre deve "deixar" de pagar imposto de renda. Mas se isso acontecer, vai ser só em 2026. Ou seja, só especulação!
Ah! E o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não gostou nada de saber que os países dos BRICS estudam usar outra moeda (e não o dólar) nas negociações entre eles. O "Trampa" ameaçou: Se tirar o dólar dos negócios, ele ameaça sobretaxar os produtos dessas nações.
E aí, Gabriel Galípolo, que assume o BC em janeiro? E aí presidente Lula?
Vai dar pra intervir no mercado em 2025???
