quarta-feira, 11 de setembro de 2024

LUTO NO JORNALISMO: A MORTE DE LUIZ GERALDO MAZZA

    


    

    Era o jornalista que mais entendia dos bastidores da política paranaense. Tinha uma memória privilegiada. Conhecia, muito, também, da história do estado. Você poderia perguntar a ele, por exemplo, como foi decidida a construção do centro cívico em Curitiba. Daria datas, nomes e decisões das entrelinhas do poder. 
    Cada comentário era uma aula. Que tal saber da importância de Beto Munhoz da Rocha Neto, governador do estado, sociólogo, escritor, engenheiro e professor?  Mazza começaria dizendo que Bento era conterrâneo dele. Os dois nasceram em Paranaguá. 
    Daí é que deve ter vindo um dos passatempos preferidos do jornalista: A pescaria. E se o mar ficou distante de Curitiba, bora pegar uns lambaris nos rios próximos da capital.
    Luiz Geraldo Mazza que, agora, aos 93 anos, conta história e dá notícias no céu, passou por vários veículos de comunicação de Curitiba. Durante 27 anos foi comentarista da rádio CBN Curitiba. Trabalhou em emissoras de televisão - foi diretor de Jornalismo da TV Paranaense Canal 12 (hoje RPC), afiliada da TV Globo, nos anos 70. Também passou por jornais, com destaque para a Folha de Londrina e teve uma coluna na Folha de S. Paulo escrevendo sobre as coisas do Paraná.
    Bem humorado, gostava de contar "causos", piadas e de falar, sempre, da história de que em Paranaguá, todo mundo tem apelido: "Tinha um sujeito, muito curioso, que tirava a cabeça pra fora da janela pra dar uma espiada em quem passava na frente da casa dele. A turma não perdoou: Apelidou o curioso de cuco!"
    Fica, para sempre, a lembrança do Mazza pescador de notícias. E eram histórias contadas por um pescador com a credibilidade de um jornalista.