sábado, 17 de agosto de 2024

LUTO NA TELEVISÃO: A MORTE DE SÍLVIO SANTOS

    


    Ao lado de Abelardo "Chacrinha" Barbosa (1917-1988) foram os dois grandes comunicadores da televisão brasileira. Não existiu nenhum outro, não existe, e é difícil dizer se existirá porque o perfil da comunicação mudou muito com o surgimento do YouTube e das redes sociais. Mas e o Fausto "Faustão" Silva? Bom apresentador. Apresentador, mas não comunicador no sentido de comandar uma "festa televisiva".
    Sílvio Santos, que morreu nesse sábado aos 93 anos, era o nome artístico de Senor Abravanel. E de onde vem o nome? Uma vez ele explicou: Era descendente de Dom Isaac Abravanel, um judeu que entendia de economia e era responsável pelas finanças de Portugal e da Espanha no século 15. O nosso Abravanel nasceu no Rio de Janeiro no dia 12 de dezembro de 1930.
    O apresentador estreou na televisão no começo dos anos 1960 na extinta TV Paulista com o programa "Vamos Brincar de Forca". Esse foi o embrião de um dos programas de maior sucesso no país. Juntou vários quadros e criou o "Programa Sílvio Santos".
    Além de comunicador por natureza (também foi radialista) também foi um ótimo homem de negócios. Enxergava as oportunidades. Foi assim que começou a fortuna com o "Baú da Felicidade". Isso no final dos anos 50. O amigo Manuel de Nóbrega (que também era artista e fez a "Praça da Alegria"...) estava com problemas com a empresa e Sílvio assumiu o comando.
    Em 1966, assinou o primeiro contrato com a TV Globo, que acabara de ser criada. Fez tanto sucesso que chegou a vencer, algumas vezes, o programa "Roberto Carlos" que estava na Record.
   Com o sucesso, vieram outros negócios com o sorteio de carros, eletrodomésticos e móveis. Ali ele aproveitava a audiência e fazia propaganda das empresas dele.
    O sonho do apresentador era ter uma emissora própria. Isso quase aconteceu em 1972, mas Roberto Marinho o convenceu a ficar na Globo por mais 4 anos. Em 1975 ele conseguiu a concessão e começou com a TVS do Rio de Janeiro.
    O SBT foi formado no começo dos anos 1980 quando a Rede Tupi fechou. Santos ganhou a concorrência (com a ajuda da então primeira-dama Dulce Figueiredo) e começou a formatar o  Sistema Brasileiro de Televisão.
    José Bonifácio de Oliveira Sobrinho - o Boni - ex-diretor-geral da Rede Globo - elogiou a trajetória de Sílvio Santos na televisão:
    "Sempre foi único como apresentador, único como empresário. E nesse momento, o Brasil inteiro deve estar muito triste com a perda dessa pessoa extraordinária. Foi inclusive uma pessoa que ajudou muito a TV Globo. E eu devo muito ao Sílvio Santos. Ele ajudou com as novelas, ele emprestou dinheiro para a gente pagar a folha de empregados.[...] Com o SBT, Sílvio era um modelo internacional".