A reportagem é da Agência Brasil com estudo feito pela empresa PwC Strategy& do Brasil Consultoria Empresarial Ltda ligada à PricewaterhouseCoopers: "As apostas esportivas comprometem orçamento familiar das classes D e E". Para o advogado e economista Gerson Charchat, sócio da Strategy&, esses gastos "já superam outros tipos de despesas discricionárias como lazer, cultura e produtos pessoais. Até mesmo estão começando a impactar o orçamento destinado à alimentação".
Se impacta as classes D e E, provavelmente também impacta as classes B e C. Mas ainda não vi estudo nesse sentido. Porque é um sistema que enrola pessoas independente de classes socais. Óbvio que os mais pobres são os que mais sofrem.
O jogo tem o mesmo efeito de drogas como álcool e tabaco. Isso para ficar só nas "lícitas". Droga lícita, é "bom", hein?! A jogatina vicia e, segundo a psicóloga Karen Scavacini, ouvida pelo UOL, esse vício pode causar mudanças de comportamento: isolamento social, problemas financeiros e de saúde, que têm a possibilidade de levar ao desiquilíbrio mental como ansiedade e depressão.
As apostas esportivas online passaram a morder com mais furor o bolso dos brasileiros a partir do fim de 2018 quando a lei nº 13.756 foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo ex-presidente Michel Temer. Agora veja só como esse tipo de aposta disparou desde então: De 2018 a 2023, os gastos com apostas aumentaram 419% ("repita!") 419%.
E a situação é tão grave que, até 2017, o Brasil não aparecia entre aqueles com os maiores números de jogadores. A partir de 2018, houve uma disparada na quantidade de pessoas que colocam dinheiro nesse negócio e o país assumiu a ponta no - literalmente - mundo dos jogo de azar. Há a "promessa" de ganhos "reais". E para isso usam "influenciadores", "artistas" e até "jornalistas" que recebem cachês polpudos. E as "bets" já patrocinam muita coisas: emissoras de televisão, programas esportivos, jornalistas esportivos, times de futebol, atletas também de outras modalidades. Também estão presentes no YouTube e nas redes sociais.
E de nada adianta colocar (em letras minúsculas) o aviso 18+ (só joga quem tiver pelo menos 18 anos) ou o "bacana" falar com voz empostada:
"Jogue com responsabilidade!"
Afinal, a responsabilidade é de quem?
* A imagem desde texto é um mapa apresentado hoje no ICL Notícias sobre os países onde há mais jogadores nesse tipo de cassino online.