Tem um ditado que diz: "Dentre as coisas sem importância, o futebol é a mais importante". É importante como lazer, passatempo, entretenimento para a população. Para (cada vez mais...) empresários é negócio. Negócio para quem compra e vende jogadores; para emissoras de televisão (aberta, cabo e streaming); para patrocinadores dessas emissoras; de clubes; e até de campeonatos com a entrada das casas de apostas, as tais "bets", nesse campo (literalmente falando e no "campo" da economia).
Portanto, pra paralisar um campeonato, por mais "nobre" que seja o motivo, está cada vez mais difícil. Mas no caso de uma tragédia, de uma calamidade, como é o caso das enchentes no Rio Grande do Sul, não tem como ser diferente. Tem que parar! Por mais dinheiro que se coloque, ainda é esporte. E como diz aquela frase clichê, "uma vida não tem preço".
Um absurdo dessa história é a CBF - e alguns clubes - defenderem apenas a suspensão dos jogos somente dos times gaúchos (no caso Grêmio, Internacional e Juventude). Há até quem se solidarizou oferecendo, em outros estados, centros de treinamentos e estádios para o trio gaúcho se preparar e disputar partidas.
Daria pra dizer que é uma "atitude positiva", se a gente simplesmente esquecesse que jogadores, técnicos, comissões, dirigentes, estariam deixando pra trás (no RS) parentes, amigos, torcedores e toda a população.
Mais: o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, precisou lembrar ao mundo do futebol que "O Rio Grande do Sul também é Brasil. Disputamos o mesmo campeonato. Se um ou três sofrem, todos devem ser solidários parando a competição. Paralisar só os jogos dos gaúchos é um absurdo."
Sabe o que alega a CBF? "Não há datas para pausa nos torneios". Parece que a Confederação trata o assunto como se fosse uma "pausa para férias". O certo é parar tudo por quanto tempo for preciso. Se for o caso, termina o campeonato no começo de 2025. Os presidentes do Inter e do Juventude também são favoráveis à paralisação do Brasileirão.
E Alberto Guerra, dirigente do Grêmio, ainda complementa:
"Futebol é festa, alegria, uma expressão da cultura brasileira. E me sinto agredido vendo comemorar gol em outros estados e a gente sofrendo.[...] Estamos em uma fase de sobrevivência, de ajudar o próximo."
Arena do Grêmio alagada