O vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), nunca foi um político de esquerda. E é relativamente novo na política. Surgiu há 10 anos quando, filiado, ao PSDB, concorreu para deputado estadual. Não ganhou. Mas "ganhou" uma diretoria na Ceasa, nomeado pelo então governador Beto Richa, do mesmo partido.
Na eleição de 2016, Richa deu uma "tacada política" ao indicar Pimentel candidato a vice-prefeito de Rafael Greca (PSD) então no PMN. No "xadrez político", o vice de Greca mostrou que aprendeu a jogar: Trocou o PSDB pelo PSD de Ratinho Junior (de quem foi secretário de estado). Com isso, ganhou o apoio do governador, em 2024, que até poderia apoiar Ney Leprevost, também do PSD.
Administrador de empresas por formação, Pimentel está administrando bem a pré-campanha. Saindo do centro-direita, da "social democracia" do PSDB, para a direita, acabou de receber um apoio importante dentro do universo político e da cachola do eleitor conservador: O ultraconservador e ex-deputado Deltan Dallagnol (cassado e considerado ficha suja pelo TSE) declarou apoio ao candidato.
Deltan agora é filiado ao Novo, e é uma espécie de "cacique" do partido, porque é o filiado mais eminente a nível nacional. Em sua "cavalgada dos proscritos" na política, Dallagnol viu uma oportunidade de levar Pimentel na garupa.
E como não existe almoço de graça, pra ganhar o apoiamento do ex-deputado, o candidato à Prefeitura de Curitiba teve de assinar uma carta com 17 "compromissos" defendidos por Deltan e pelo Novo. No documento estão, por exemplo: combate à corrupção e nomeação de nomes "técnicos" para as secretarias.
Mas o "giro" de Eduardo Pimentel no "dial político" não parou na direita. Ele também busca a extrema-direita e disse, há poucos dias, numa entrevista à rádio Band News: "Também quero o apoio do Jair Bolsonaro".
Mas aí esse leque começa a ficar perigoso demais. Beira a um flerte com o fascismo...
O rapaz que era da "social democracia" endireitou. Ou seja, foi para a direita.
