quarta-feira, 15 de maio de 2024

DEMISSÃO NA PETROBRAS: A "EXPLOSÃO" QUE TIROU DO CARGO O PRESIDENTE DA ESTATAL

    


    Depois de um ano e cinco meses na Presidência da Petrobras, Jean Paul Prates deixa o cargo. O afastamento foi comunicado a ele numa reunião com Lula (PT) com a presença do ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (ex-governador da Bahia).
    Nos bastidores, dizem que ele sai bastante chateado. Teria declarado: "Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração." Silveira e Costa chegaram a ser chamados, por alguns, de "algozes" do ex-presidente da estatal.
    Por que Prates foi demitido? A pressão sobre o executivo já vem de alguns meses. Divergências sobre o pagamento de dividendos, política para o gás e investimentos em energia renovável.
    O que contribuiu para essa "explosão": A empresa já divulgou que o lucro foi 38% menor em relação ao primeiro trimestre de 2023, com ganhos de 23,7 bilhões de reais.
     A "gasolina foi jogada no fogo" em março passado quando os indicados por Silveira ao Conselho de Administração da Petrobras de não aprovarem a distribuição de dividendos extraordinários de quase 44 bilhões de reais. A diretoria da estatal e os integrantes do Conselho - indicados pelos acionistas minoritários - pensavam diferente.
    Sobre o preço dos combustíveis (que interessa diretamente ao consumidor...) o comandante da estatal já declarou: "Se o Ministério das Minas e Energia quisesse orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente", seria preciso alterar as regras do Estatuto Social da companhia ou seguir a lei das estatais.
    Para a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, a demissão de Prates não foi surpresa, mas que a relação dele com o governo havia dado "uma acalmada". No entanto, "sempre teve muita discussão em torno do nome do Jean Paul, havia divergências".
    Quem vai assumir a Presidência da Petrobras é a engenheira Magda Chambriard, ex-chefe da Agência Nacional do Petróleo, no governo Dilma Rousseff. 
    Ela é vista pelo "deus mercado" como mais desenvolvimentista do que Prates. Isso geraria "segurança" nos investidores lá da Faria Lima. 
    Felicidade na Faria é tristeza na periferia.