quinta-feira, 16 de maio de 2024

ANTERO GRECO FOI O OPOSTO DA "BOLEIRIZAÇÃO" NOS COMENTÁRIOS SOBRE FUTEBOL

    


    O adeus ao jornalista Antero Greco representa um pouco mais do fim do Jornalismo na cobertura do esporte mais popular do país. O futebol (o esporte em geral...) deixou de ser considerado jornalismo (na cobertura e transmissão das TVs) para ser "entretenimento". Ou seja, algo que é acompanhado apenas como "diversão", sem todas as implicações que o esporte envolve na sociedade e que merecem uma atenção profissional.
    Algumas emissoras só contratam, agora, ex-boleiros para comentar os jogos. Mas qual o problema? As análises passaram a ser "rasteiras", aquela história de "linhas altas", "linhas baixas", "bloco compacto". E não basta apenas o sujeito "falar bem". É preciso alguma formação mínima para entender as "entrelinhas" do futebol (já que se fala tanto em "linhas!"...).  Tem gente até que comete erros crassos de língua portuguesa. Mas os chefes (uga!uga!) fingem que não ouvem... Pessoas que se dizem "da imprensa" mas que não procuraram um curso superior para isso.
    Antero Greco era o oposto. Sim, era divertido! Mas tinha uma visão global do esporte, um olhar humano e crítico. E, infelizmente, essa formação humana e profissional, a gente vê só em poucos jornalistas da nova geração. O objetivo maior, hoje, é conseguir "likes" e "lacrar" na rede social.
    Claro a personalidade de Antero não o impediu de levar esse bom humor (que era característica dele) para a telinha. Com Paulo Soares formou a melhor dupla da televisão esportiva. No Sportscenter  de fim de noite, eles informavam, criticavam, mas também se divertiam ( e divertiam) muito!
    Junto com Paulo Soares, o "Amigão", que o chamava de "Anterito,my friend",  formavam uma dupla no jornalismo que, no cinema, lembrava "O Gordo e o Magro";  na música "Lennon e McCartney", Jagger e Richards, Roberto e Erasmo... Sintonia total. 
    Paulo Soares afirmou sobre Antero Greco: "Era acima de tudo um repórter. A busca incansável pela informação. E um leitor voraz. Ele tinha milhares de livros no apartamento. Livros de esporte, economia, cinema, política. Era um defensor da democracia".


(fonte: YouTube)