"Tem 3 pessoas que eu gosto de graça: O Mário Covas (1930-2001), o Ciro Gomes (PDT) e o Requião". Palavras do presidente Lula (PT), repetidas durante a campanha eleitoral de 2022. Requião que, agora, está sem partido. Nessa quarta-feira, 27 de março, anunciou a saída do Partido dos Trabalhadores.
Esse "namoro/noivado/casamento" do ex-senador, ex-governador e ex-prefeito de Curitiba, Roberto Requião com o Lula, acabou de forma "litigiosa". Requião sempre foi do "velho MDB de guerra", como ele dizia. Aí, para a eleição passada, surgiu a possibilidade de ele sair candidato ao governo. Como afirmava que o PMDB tinha virado um partido conservador, trocou a legenda pelo PT.
A esperança era formar uma chapa progressista forte com Lula para presidente, pra enfrentar o conservadorismo bolsonarista de Ratinho Jr (PSD). Problema é que o eleitor paranaense é ultraconservador e decidiu reeleger o governador com aproximadamente 70% dos votos.
Aí ficou, para os paranaenses (e talvez para o próprio Requião...) a percepção que Lula compensaria o "companheiro local" - pela dedicação na eleição - com a Presidência da Hidrelétrica de Itaipu. Ao que parece, Luís Inácio nem cogitou essa possibilidade. Quem acabou nomeado foi um petista histórico, o deputado federal Enio Verri.
Ao se sentir "abandonado" pelo PT, Requião começou a migrar para a "oposição" com comentários cada vez mais ácidos sobre o governo que apenas começava.
O ex-senador garante que o projeto acertado com a Federação Brasil da Esperança (PT/PV e PCdoB) não foi cumprido: governo "se abraçou" ao centrão e pendeu para o centro-direita.
Bora lembrar, no entanto, que o atual governo nunca foi de esquerda. Dá pra ver pelo vice: Geraldo Alckmin (PSB). Foi uma frente articulada para vencer Bozo (PL).
Apesar de deixar o Partido dos Trabalhadores, Requião afirma que vai apoiar Lula naquilo que considerar correto: A investigação da morte de Marielle Franco e a condenação ao genocídio em Gaza, por exemplo.
O ex-governador disse, em entrevista ao vivo no Blog do Esmael, que o presidente "se abraçou" ao governador do Paraná, Ratinho Junior, na cobrança do pedágio, o que considera um absurdo. Também criticou o PT paranaense que deve apoiar o candidato do PSB, Luciano Ducci, à Prefeitura de Curitiba, num acordo nacional de troca de apoios.
Se Requião seria candidato a prefeito: Disse que não considera essa hipótese.
Se apoiaria outro candidato: Afirma que Eduardo Pimentel vai ser a continuidade da administração Greca (que falou ser ruim para os pobres); e que Richa foi um mau prefeito.
Político muito experiente, Roberto Requião, do alto dos seus 83 anos, já tem a resposta sobre o que espera da eleição de 2024:
"Espero o melhor para Curitiba..."
E o futuro partidário? Só falta se filiar ao PDT de Ciro Gomes. Os dois concordam, por exemplo, em opiniões sobre um desenvolvimento nacionalista.
