O embargo amplo e geral dos Estados Unidos a Cuba começou em 7 de fevereiro de 1962. A bronca vinha desde a revolução de Fidel em 1959, mas a mão grande americana "apertou a goela" do país caribenho com mais força quase dois anos depois da deposição do presidente, acusado de corrupção, Fulgencio Batista.
Isso porque o regime de Fidel Castro nacionalizou as petrolíferas sem dar um "cent" sequer de indenização aos americanos. A Casa Branca ficou "p. da vida" e determinou, também: países "parças" dos EUA que negociassem com Cuba corriam o risco de ficarem sem crédito (ajuda financeira) do Grande Irmão.
Mas... o tempo passou, os presidentes que se sucediam em Washington foram "afrouxando a corda" (menos Trump, claro!) e outros países passaram a vender para os cubanos. Hoje o maior parceiro econômico é a União Europeia. Até os americanos exportam para Cuba (6,6% do total de negócios da ilha), mas, nesse caso, o país comunista não tem crédito. Tem que pagar à vista, em "cash".
Como não poderia deixar de ser, a guerra comercial chegou às bebidas. Vi, em bares e restaurantes de Havana e Varadero, que alguns têm Coca-Cola, mas a fabricada ou no México ou na Espanha. A "alternativa" cubana à Coca americana é a 'Tukola" fabricada por um grupo local chamado "Ciego Monteiro" (que também faz outros refris e engarrafa água mineral). Maldosos brasileiros dizem que o Ciego Monteiro é a "Ambev cubana..."
Todos sabem que a Cuba Libre é uma instituição do lugar. Mas você só encontra esse drink, muitas vezes, feito com a Tukola. Que, pra quem gosta do sabor da autêntica Coca-Cola, esse é ruim pra caramba. Pelo menos eu achei...
Os nacionalista dizem que o verdadeiro drink é o "El Negrón" que é rum com Tukola. Mais cubano impossível....
E a água? Ah! A água... O conselho de especialistas é: Não tome água de torneira! Aí você pergunta: "Por que? Ela não é tratada?" Não é isso... Há algumas razões. Uma delas é que o nosso organismo pode estar com baixa imunidade e "estranhar" a água local. Outra, dita por algumas pessoas de lá: A água do país tem muito cloro. Isso pode dar um "desarranjo" em quem não está acostumado.
Em uma sorveteria, por exemplo, era dado um copo de água como cortesia. Mas o atendente nos disse: "Essa água não é pra vocês, turistas. Pode fazer mal". E a ideia dele nem era vender água mineral porque lá eles simplesmente não tinham...
E aquela cervejinha? Disso não dá pra reclamar. Tem uma nacional, a "Cristal", pilsen, leve... geladinha desce muito bem com aquele sol caribenho. Tem, ainda, a "Bucanero", também cubana, mas de sabor mais encorpado. Como diz o rótulo: "Fuerte".
Por causa das dificuldades econômicas, alguns mercadinhos, com as prateleiras quase vazias, não têm a Cristal, mas tem latinhas de uma cerveja espanhola que vem com a marca da loja "El Corte Inglés". Curioso isso...
E pensar que um dia Fidel Castro já "matou a sede" com uma garrafa de Coca-Cola, hoje tomaria Tukola.
Será???
