O caminho era por uma rua próxima ao Capitólio, quando veio a abordagem: Um senhor de uns 50 anos, com roupas muito simples e chinelos, escutou que falávamos em português e perguntou:
--- "Vocês são brasileiros?"
--- "Sim!"
--- "Eu não quero pedir nada. Só quero conversar. Sou professor de história. Me interesso muito pelo Brasil. Ainda mais agora que o povo reelegeu o Lula. Que bom!"
Aí ele falou muito sobre a história brasileira, sobre os países da América do Sul. Lamentou a eleição de Javier Milei na Argentina. Demonstrou muito interesse e conhecimento. Só interrompemos a conversa para não nos atrasarmos para um compromisso.
O povo cubano, no geral, é assim: Educado, simpático, informado. Parte disso tudo é herança da revolução de 1959. Um dos compromissos de Fidel Castro e de Ernesto "Che" Guevara era acabar com o analfabetismo. E dá pra dizer que conseguiram.
De acordo com o Instituto Internacional para La Educación Superior en América Latina y el Caribe (IESALC), um organismo da UNESCO, Cuba é um dos países do mundo com um dos menores índices de analfabetismo: Apenas 0,2%, equivalente a aproximadamente 450 mil pessoas entre a população com 15 anos ou mais. É a política educacional permanente que vem desde o finzinho da década de 50.
Só para comparar, o Brasil tem cerca de 14,3 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever acima de 15 anos. Estima-se que Cuba invista 10% do PIB em Educação. Em 2022, ainda no governo Bozo (PL), o Brasil investiu quase a metade: apenas 5,5%, de acordo com o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.
Mais investimentos em Educação resultam em pessoas mais esclarecidas, melhor informadas. Com espírito crítico. Isso ajuda a levantar a autoestima. E quanto mais se investe, por exemplo, em Educação e Saúde, melhor é o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - de um país, medido pelo PNDU - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
De acordo com a ONU, por causa da pandemia da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, pela primeira vez houve uma queda global em dois anos seguidos.
Mas Cuba está lá: À frente do Brasil no IDH. De acordo com o levantamento do biênio 2021/22, Cuba ficou na 84ª posição. O Brasil ficou no 87º lugar.
Em resumo, o IDH compara os seguintes indicadores dos países: Riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade. Isso para avaliar o bem-estar de uma população. Em especial das crianças.
E mesmo com o (desumano) bloqueio econômicos dos EUA e de seus países "parças", e apesar das dificuldades gravíssimas que encaram todo dia, os cubanos enfrentam a vida de cabeça erguida e são educados e simpáticos.
Como aquele professor de história que fez questão de falar e de elogiar o povo brasileiro.
E é aquela história: Só o investimento (cada vez maior) em educação salva! Qualquer país. E não importa se é capitalista. socialista ou comunista.