Geisel e Kissinger
A morte de Henry Kissinger não fecha uma página. Fecha um livro nas relações internacionais dos EUA. Foram 100 anos. Um século de Kissinger sobre esse solo sagrado chamado Terra. Alemão de nascimento passou a maior parte da vida dele nos EUA. Secretário de Estado, deu as cartas explicitamente (e implicitamente) em dois governos: de Richard Nixon e de Gerald Ford. Foi secretário de Estado. Morreu em casa aos 100 anos.
Diplomata influente, meteu o bedelho em países de todos os continentes. Foi considerado apoiador de ditaduras. Mesmo assim, recebeu o Prêmio Nobel da Paz! Foi em 1973. Foi premiado junto com o líder vietnamita Le Duc Tho pelos entendimentos para acabar a Guerra do Vietnã. A maior enrascada bélica que os americanos se meteram. Na verdade, buscaram uma "saída honrosa". Se ele aceitou a premiação, o chefe do Partido Comunista do Vietnã, não.
Na América do Sul teve uma proximidade grande com ditadores militares. Apoiou a derrubada do presidente Allende no Chile e a tomada do poder pelo general Pinochet.
Quanto ao Brasil, sempre teve uma "ligação especial". Era próximo do ex-presidente general Ernesto Geisel. Ao mesmo tempo em que dizia "Não permitiremos um novo Japão ao Sul do Equador", também "alisava" afirmando:
"Para onde pender o Brasil, penderá a América Latina". Mas isso era um elogio ou uma preocupação?
Quer dizer, o Tio Sam sempre esteve preocupado que o Brasil se tornasse uma potência. Os americanos apoiaram o golpe militar de 1964 e sempre foram "parças" dos ditadores brasileiros, mantendo Brasília com "rédeas curtas".
E o "país do futuro" fica sempre só na promessa.