E se chama Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nessa região, foram queimados, ontem, 35 anos ônibus. Crime praticado pela milícia do lugar. A ordem para o dia de terror teria partido do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, depois que o sobrinho dele, Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, foi morto num confronto com a polícia. Faustão ocupava o segundo posto na hierarquia do crime na região.
A ordem pra queimar ônibus foi um Deus nos acuda para moradores e, em especial, para crianças que dependem da condução para ir e voltar da escola. Esse ataque revela, mais uma vez, que várias partes do Rio de Janeiro são territórios sem lei e sem ordem. Manda o mais forte, ou seja, o crime, já que o governo dá claras demonstrações de não ter capacidade nem coragem pra combater a milícia.
E por que a Zona Oeste seria nossa "Faixa de Gaza"? Por ser um "barril de pólvora" da "Cidade Maravilhosa". Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do próprio governo do RJ, os bairros que formam essa região lideram o "ranking" dos mais violentos com o maior número de homicídios da capital fluminense em 2022.
A ligação que se faz entre Zona Oeste e Faixa de Gaza é a violência estabelecida contra o povo. No Rio, a população, quase todos pobres, quase todos pretos, vive intimidada pela milícia que determina o que fazer, como fazer, de quem comprar...Na Faixa de Gaza, as pessoas (sobre)vivem, encurraladas pelo governo de Israel que age, muitas vezes, com extrema violência, "culpando" os moradores pelo o que o Hamas faz. Aqui não está em discussão o modo de atuação do Hamas, mas a forma brutal do poder israelense contra os palestinos.
A busca pela PAZ no oriente médio merece toda a atenção e respeito. Mas vamos nos concentrar, por enquanto, na nossa "Faixa de Gaza". O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) que, segundo analistas, é uma "figura despreparada", "sem experiência", para enfrentar problemas gravíssimos como esse, foi eleito naquela "leva" de políticos que surfaram a onda do Bozonarismo. Antes dele, quem ocupou o cargo foi Wilson Witzel, primeiro governador cassado por impeachment na história da República...também outro apoiador do genocida que ocupou a Presidência de 2019 a 2022.
E olha o que Castro fez: "Jogou no colo" do Brasil a culpa pela violência (que ele não consegue conter...). Ao afirmar, nessa terça-feira, que meia dúzia de milicianos foi presa, mandou essa..."Está muito claro que esse não é mais um problema do Rio de Janeiro. Esse é um problema do Brasil".
Ok! Não dá pra colocar só na conta do atual governador tantos anos de falhas no combate ao crime. Tudo começou com o "inocente" Jogo do Bicho, daí passou para o Narcotráfico, e agora, cada vez mais, as Milícias "dão as cartas".
Mas é preciso enfrentar, de uma vez, a criminalidade. Se o governador não consegue, que coloque um secretário de Segurança capaz. Ou, talvez, a solução seja uma intervenção federal na área de Segurança.
Isso tudo na cidade onde ainda nem se apontou quem mandou matar Marielle...
