Foi só a partir de 1994, quando o então prefeito Rudolph Giulliani colocou em prática a política da tolerância zero contra a criminalidade, que Nova York passou a ter mais segurança. Antes disso, a big apple era um inferno com tudo quanto era tipo de máfia agindo e a população vivendo em clima permanente de violência. Some-se a isso a corrupção na polícia.
Mas na Nova York dos anos 60 e comecinho dos 70, surgiu um policial incorruptível em meio ao caos onde não se sabia quem era bandido e quem era mocinho. Era tudo misturado.
A história (real!) de Frank Serpico foi contada num livro escrito por Peter Mass e levada ao cinema com roteiro de Norman Wexler e direção de Sidney Lumet. O ator Al Pacino interpretou Serpico. Ele foi indicado ao Oscar de Melhor Ator e ganhou o Globo de Ouro da categoria.
Pacino (pra variar...) dá show na intepretação. Ele faz o policial jovem e idealista que, ao contrário da maioria dos colegas, se nega a aceitar dinheiro da extorsão de criminosos.
Obvio que um sujeito "tentando ser honesto" em meio a tantos tiras corruptos (dos bagrinhos aos chefões do distrito) só poderia se dar mal. Aviso e ameaças não faltaram.
O filme foi todo rodado em Nova York (e em vários bairros da cidade) entre julho e agosto de 1973. Quando decidiu fazer o papel, Al Pacino convidou Serpico para passar uns dias na casa dele para entender melhor como era a vida do ex-policial. Serpico quis acompanhar as filmagens, mas a produção achou melhor não permitir pra evitar qualquer influência dele diretamente no trabalho.
Por uma questão técnica, a história (que abrange 11 anos, de 1960 a 1971) foi filmada de trás para a frente. Ou seja, Pacino gravou todas as cenas da metade para o fim quando estava cabeludo e barbudo e, a medida que o roteiro "retrocedia", ele foi cortando o cabelo e a barba até as cenas iniciais do filme, quando é um "recruta" na polícia e está com o cabelo bem curto, sem barba e bigode.
O verdadeiro Frank Serpico pediu demissão da polícia e mudou pra Suíça (com uma passagem pela Holanda) onde ficou até 1980. Daí voltou para os EUA e mora na região de Nova York. Agora está com 87 anos.
A frase do cartaz do filme - que completa 50 anos - resume bem a história: "Muitos dos colegas policiais o consideram o mais perigoso homem vivo - e um policial honesto".
O Frank Serpico real
* O filme está disponível na HBO Max
