10 horas presos dentro do trem que faz o passeio Curitiba-Morretes. Esse foi o drama de quase mil passageiros nessa quinta-feira, 13. Eles reclamaram que ficaram sem água nem alimento. Motivo da interrupção da viagem: Quase na chegada à cidade do litoral do Paraná, árvores estariam interrompendo o percurso.
A interrupção, segundo as autoridades, foi causada pelo ciclone extratropical que atingiu o sul do Brasil. De acordo com a Serra Verde Express (operadora do trecho), a viagem havia sido autorizada pela Rumo Logística responsável pela monitoração do trajeto.
Já estava escuro quando a viagem foi retomada. O trem chegou à Morretes por volta das 9 da noite dessa quinta-feira. Os passageiros retornariam à Curitiba em ônibus fornecidos pela empresa.
A Serra Verde distribuiu uma nota à imprensa: "Apesar dos desafios enfrentados, a Serra Verde mobilizou uma estrutura especial para garantir o conforto e atendimento aos passageiros. Além de alimentação e orientação, temos uma estrutura rodoviária montada para o retorno dos passageiros e dispusemos ambulâncias de plantão, como medida preventiva para qualquer eventual desconforto".
Não é bem isso o que afirmam alguns passageiros ouvidos pelo UOL. Ainda dentro do trem, um homem relatou:
"Tá todo mundo aqui, então precisamos de ajuda, pelo amor de Deus.[...] Nós estamos aqui desde o meio-dia, sem água, sem comida e, principalmente, sem saber o que está acontecendo. [...] Ninguém fala nada pra gente!"
Uma passageira disse:
"O tempo ia passando, a gente ficou assustada sem o que de fato tinha acontecido. Quando escureceu, foi horrível. Parecia que eu estava em um trem fantasma. Pior experiência que já tive".
Ainda bem que deu tudo certo e o final da viagem foi, na medida do possível, feliz. Mas o que chama a atenção em situações assim é, também, o "tom de tranquilidade" que notas oficiais tentam transmitir. Tipo: "Qualquer eventual desconforto". Ou seja, é "tucanar" o sofrimento e momentos de medo das pessoas.
Veja um vídeo do interior do trem e a chegada à Morretes.
(fonte: YouTube/UOL)
