Morreu nessa quinta-feira, 6, em São Paulo, o ator, diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. Ele estava com 86 anos e foi vítima de um incêndio, na madrugada de terça-feira, causado pelo aquecedor do apartamento onde morava.
Anarquista ("graças a Deus!") fundou, nos anos 60, o Teatro Oficina junto com outros colegas. Combateu no palco (e fora dele) a ditadura militar. Transgressor, usava a nudez e a escatologia para enfrentar o moralismo conservador. Para o jornalista Gustavo Zeitel, ele "é o maior nome da dramaturgia nacional e criador da linguagem tropicalista no teatro."
Ao longo da carreira recebeu 24 prêmios. Dirigiu 41 peças. Como ator subiu 13 vezes ao palco. Escreveu 4 textos. Fez 6 filmes e uma novela ("Cordel Encantado").
Era casado com o também ator do Teatro Oficina, Marcelo Drummond, 60 anos.
Um eterno defensor das artes e combatente da sociedade de consumo, Zé Celso disse uma vez:
"A cultura, e não a macroeconomia, é a infraestrutura da vida, a energia propulsora. A macroeconomia está fazendo mal à humanidade. Quando o indivíduo, por meio da cultura, desperta para a autopercepção de que é livre, na hora ele sai da miséria.“