PODE, FRANCIS?
A vida de jornalista não anda nada fácil. Uma agenda sobrecarregada. Primeiro tem que ler TODAS as redes sociais. Depois, precisa responder (dar "like" para amigos/amigas e famosos que segue...) a uma caçamba de "posts". Para os mais queridos, uma respostinha na publicação. Como se não bastasse, TAMBÉM precisa fazer suas publicações. Caso contrário, amigos/amigas e "seguidores" já reclamam: "Por onde tem andado, sumido/sumida?".
Francis, e não é qualquer publicação. Não é mole, não! Tem que ter dancinha, cabelo nevado... balada... "desfile" de moda... opinião sobre qualquer assunto, desde que seja leve... conselhos amorosos... conselhos de amigo/amiga ... ou até, até... "cortar os pulsos" em público (é figurado, hein, pelamor... não tente fazer isso em sua casa...) pra lamentar um grande amor que se foi... e, claro, esperar a solidariedade da rede social. Quem chovam "likes"!
E não é só! Precisa dar entrevista em podcast, videocast .... pra falar de suas "preferências" de cama, mesa e banho...e o patrão ainda reclama quando, numa entrevista dessas, fala mal da "firma". Só por que trabalha lá?
É um abuso que cometem com o profissional! E ainda querem que ele vá trabalhar. Que no "serviço" que presta, fale de economia, de política, de história, de cultura. "Que saco!" dirá o(a) nobre jornalista! Querem que ele fale/comente notícias sérias! E onde fica a "leveza", a "brincadeira", a "dancinha", o "fingir que está dormindo"? Numa explosão atômica de raiva, a pessoa, já surtada por tanta cobrança, berrará: "Pareeee!!!! Quer que a gente seja jornalista o tempo inteiro? Esse trabalho é só pra falar de notícia?"
FRANCIS, PODE?
