sexta-feira, 26 de maio de 2023

UM DIA DO "CAÇADOR DE MARAJÁS", OUTRO DO STF: COLLOR À ESPERA DA SENTENÇA DO SUPREMO

    


    Que situação, no mínimo, bizarra. Em 1989, manipularam a edição de um debate para dar o empurrão final pro sujeito se eleger presidente da República. Ele é o dono (principal acionista) da TV Gazeta de Alagoas, afiliada da TV Globo.
    De acordo com o jornalista Carlos Madeiro, Fernando Collor (PTB) "sangrou" os cofres da empresa com empréstimos milionários para satisfazer seus instintos consumistas de luxo. Entre eles, a compra de uma Ferrari em 2015.
    Ex-senador (não se elegeu governador em 2022), está à espera da sentença do Supremo Tribunal Federal porque condenado por corrupção ele já foi. A pena deve ser divulgada na próxima sessão do STF. Bora lembrar que ele só cumprirá qualquer pena quando tiver todos os recursos esgotados.
    A condenação é por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por recebimento e ocultação de 20 milhões de reais em propina paga como "compensação" a contratos entre a UTC Engenharia e a BR Distribuidora. O ex-presidente nega qualquer irregularidade.
    O "sangramento" que causou no caixa da TV Gazeta (que pertence ao Grupo OAM (Organização Arnon de Mello) trouxe problemas para fornecedores, trabalhadores e ex-empregados demitidos. Deu o cano em muita gente! A emissora está em recuperação judicial. E com certeza só não quebrou porque é afiliada da Globo. No mundo dos negócios, deve compensar mais à Globo tentar salvar uma afiliada do que investir numa nova.
    Um dos motivos pra "cair a casa" de Collor foi justamente o trabalho da Receita Federal. Em 2010, por exemplo, de acordo com o "Leão", ele teve movimentação financeira 12 vezes superior ao declarado. Para você ter uma ideia da importância do trabalho da Receita, em 1931, nos Estados Unidos, o senhor Alphonse Gabriel Capone só foi condenado à prisão depois de denúncia do fisco do não pagamento de impostos.
    Aqui no Brasil, Fernando Collor de Mello posou de "caçador de marajás" num Globo Repórter e na capa da revista Veja, a mais importante da época.
    O patronato da mídia fez de tudo pra eleger o político alagoano presidente da República.
    De março de 1990 a outubro de 1992, entre uma corridinha a pé vestindo camisetas com frases "motivacionais", e um rolê de jet-ski pelo Lago Paranoá, ele ficou na Presidência.
    Causou um grande desserviço ao país ao "cassar" e "caçar" a poupança dos velhinhos. Muitos não resistiram ao baque e morreram.
    Por outros motivos, chegou a hora do "caçador" prestar contas à Justiça.


A famosa capa da Veja


Debate em 1989: Não custa dar uma forcinha na edição, né?


La dolce vita no Lago Paranoá