A coisa vem rolando assim - em alta velocidade, "na banguela e sem freio" - desde que o senhor Jaime Lerner (1937-2021) resolveu conceder as estradas do Paraná para a iniciativa privada numa dobradinha com o então presidente FHC. Fizeram contratos tão bem amarrados e guardados a 7 chaves num cofre que sempre foi um mistério para o povo paranaense.
E a concessão tinha suas "concessões". Tanto é que num ano eleitoral, a tarifa baixou (provisoriamente...) e as empreiteiras ficaram desobrigadas de duplicar todo o chamado Anel de Integração do Paraná. Governador reeleito e não se falou mais nisso...
Em outra eleição, o então candidato ao Palácio Iguaçu, Roberto Requião (hoje no PT de Lula), usou como slogan de campanha: "Ou o pedágio baixa ou acaba". O pedágio não baixou, o pedágio não acabou e Requião foi eleito...
Requião passou boa parte da vida política dele "justificando" a frase. Disse que até tentou, na Justiça, fazer o pedágio baixar. Mas, de acordo com ele, o contrato era tão bem amarrado que seria impossível simplesmente romper o acordo sem o povo paranaense pagar um multa bilionária para as concessionárias.
Agora chega 2023 e o governador Rato Jr (PSD) assina parceria de concessão das rodovias com o presidente Lula (PT). O governo federal vai leiloar 1,1 mil quilômetros de estradas. Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, em dois lotes devem ser investidos pelas empresas 18 bilhões de reais ("repita!") 18 bilhões de reais. Toda essa grana precisará ser investida em recuperação de pistas, implantação de novas faixas e duplicação de estradas. O contrato tem validade de 30 anos.
Bora Pensar! Amiga e amigo que rodam nas estradas sinuosas e perigosas da internet: Vocês acreditam, sinceramente, que vão investir toda essa dinheirama? Vocês creem, honestamente, que vão duplicar todo o Anel de Integração?
E por fim: Há promessa do pedágio ficar mais barato do que era cobrado antes...
Em sua inabalável fé você confia em tantas promessas?
Essa estrada é só para profissionais.