A busca da eterna juventude sempre fez parte do imaginário. Assim como encontrar um pote de ouro no fim do arco-íris, achar uma fonte ou uma fórmula que garantisse ser jovem a vida toda é um sonho.
Sem querer fazer trocadilho (mas já fazendo...) o cinema já bebeu bastante nessa fonte. E vem bebendo há muito tempo! Um exemplo é "O Inventor da Mocidade" (EUA, 1952). Dirigido por Howard Hawks (1896-1977) tem o astro mais elegante do cinema, Cary Grant (1904-1986), a rainha dos musicais, Ginger Roger (1911-1995) e a maior estrela de Hollywood, Marilyn Monroe (1926-1962).
Grant é o cientista Barnaby Fulton fissurado em encontrar uma fórmula para rejuvenescer. Ele é casado com Edwina (papel de Ginger Rogers). No começo, ele faz testes em macacos no laboratório. Mas um dia, um dos chipanzés fica escapa da jaula, fica doidão e usa a bancada do cientista pra misturar uma série de componentes. Depois, joga o produto dentro do suporte do bebedouro onde se coloca o garrafão de água mineral .
Barnaby chega ao local, bebe um copo de água (que está batizada com a fórmula) e fica "mucho" louco. Um adolescente "baixa" nele e o cientista, quase cinquentão, começa a agir como jovem. Compra roupas "descoladas", muda o corte de cabelo, compra um carro conversível e sai numa corrida maluca pelas ruas da cidade com Lois Laurel (Marilyn Monroe) ao lado, que havia sido mandada pelo chefe dela pra saber onde estava Barnaby.
Marilyn, belíssima, aos 26 anos, interpreta, mais uma vez, a personagem que marcou sua carreira: A loura ingênua, burra. Grant faz o cientista clichê: Com óculos "fundos de garrafa" e aquele "ar meio desligado". E Rogers, a "loura inteligente" (no começo da década de 40 era a atriz mais bem paga do cinema).
"O Inventor da Mocidade" é uma sessão da tarde bem boboca, mas deliciosa. Muito legal ver o quase cinquentão Cary e a quarentona Rogers vivendo momentos quase infantis sob efeito da fórmula da juventude.
Hawks é considerado um dos maiores diretores da história do cinema. Atuou em vários gêneros: dramas, comédias, westerns e épicos .É autor de 42 produções mas nunca ganhou um Oscar de Melhor Diretor. Só um honorário.
Com Cary Grant fez 5 filmes. Os outros são: "Levada da Breca" (1939), "Paraíso Infernal" (1939), "Jejum de Amor" (1940) e "A Noiva Era Ele" (1949). Com Marilyn Monroe foram 3 filmes. Os outros foram: "Páginas da Vida" (1952) e "Os Homens Preferem As Loiras" (1953).
"O Inventor da Mocidade" começa com uma brincadeira simplesinha mas muito legal: Cary Grant abre a porta da casa dele e uma voz em off (feita pelo diretor Howard Hawks) fiz: "Ainda não, Cary!".
A cena repete três vezes.