Doutora em Educação, Camila Grassi
A pressão é de professores e de estudantes. Com isso, Lula (PT) vai paralisar a reforma aprovada em 2017 por proposta do governo Temer (MDB). E foi através de medida provisória. De acordo com a MP, a implementação se tornou obrigatória em 2022 e tem apresentado problemas. Exemplos: Diminuição de tempo de aula para disciplinas tradicionais e matérias desconectadas do currículo escolar.
Para a APP Sindicato (que representa os professores da rede estadual do Paraná), "o novo ensino médio coloca a educação a serviço do projeto neoliberal de sociedade." Para a doutora em educação, Camila Grassi, que participou de um seminário da APP, "a reforma causa a perda de sentido da escola que se soma à perda de sentido da vida dos estudantes, dos professores e do trabalho docente, formando um quadro de apatia, desmobilização e adoecimento das comunidades escolares. Ser professor é ter uma identidade. Retirar essa identidade e a significância do trabalho docente como um trabalho intelectual e criativo é retirar a força vital dos trabalhadores da educação. Produz adoecimento e a perda da energia que a gente tem para continuar construindo aquilo em que a gente acredita".
Grassi afirma que a reforma educacional não foi isolada. Veio junto com as reformas trabalhista e da Previdência: "Quero destacar a conexão da reforma educacional com a reforma trabalhista, que chamam flexibilização de direitos, mas na verdade é retirada de direitos, uma precarização do trabalho e um rebaixamento das condições materiais de vida da classe trabalhadora".
O presidente Lula já havia comentado sobre a reforma: "Conversei com o ministro Camilo Santana sobre o novo ensino médio. O ministro da Educação vai fazer um debate com alunos e professores, para fazer uma nova proposta. Vamos fazer o que for melhor para os estudantes".
É isso! Tem que ser o melhor para os alunos. Não para o "mercado". Educação não é mercadoria.