Em outubro de 2021, o governo Bozo (PL) tentou trazer (ilegalmente) para o Brasil, joias presenteadas pela ditadura que controla a Arábia Saudita. Avaliado em R$ 16,5 milhões, o presentão foi barrado no aeroporto de Guarulhos. Quem impediu a entrada foi o delegado da Receita Federal, Mario de Marco Rodrigues de Souza.
Na época, De Marco era chefe da Divisão de Conferência de Bagagem e, mesmo com um pedido do então secretário da Receita, Júlio Cesar Vieira Gomes, ele não liberou os brilhantes. Motivo: Falta de documentação que comprovasse que era um presente saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. E olha só o jeito que as joias desembarcaram: Na mochila de um militar que fazia parte da comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Esse episódio é cristalino para ilustrar algo muito importante: Servidor público precisa ter estabilidade no emprego. Só assim ele tem tranquilidade pra cumprir a lei. Parece óbvio, mas não é! Se cada governo que entrasse - e demitisse e contratasse novos funcionários públicos - seria um Deus nos acuda!
O que para os bolsonaristas é "mamata", para grande parte da população que entende a importância de se seguir as leis, é estabilidade, garantia de que o servidor vai cumprir o dever.
Sem a garantia do emprego, todos os servidores passariam a ter "cargos de confiança". Quer dizer: Teriam de ter a "confiança" - apenas e tão somente... - de quem está no poder!
Que cada repartição pública tivesse - pelo menos - um delegado De Marco.
E o delegado é conhecido ( pelo menos pela televisão) de parte da população brasileira. É que ele gravou participações no programa "Aeroporto: Área Restrita" do canal da TV a cabo Discovery.
