Aniversário de Curitiba: oficialmente, 330 anos de fundação. Dá-lhe festividades, discursos e fotinhas no Jardim Botânico. É comovente ver como os "filhos da capital" e os "filhos adotados da capital" se emocionam com mais um níver da cidade que um dia já foi chamada de "capital ecológica do Brasil".
Cidade de primeiro mundo? "Smart City"? "Cidade Inteligente"? Ah, pare!!!
As questões sociais são os maiores problemas: Não é de hoje que pessoas vivem amontoadas em ocupações por falta de moradias. Cadê as casas populares? E, obvio, essas ocupações são na periferia do fim da capital. São os bairros da "série D" no ranking habitacional. E "D" é de despejo. Quando as "otoridades" chegam botando pra quebrar, expulsando a pobraiada desses lugares, pra onde esse povo vai? Pra rua, é claro! De acordo com dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadúnico), em 2022 Curitiba era a capital do Sul com o maior número de pessoas nessa condição. Florianópolis e Porto Alegre vinham depois pela ordem. Em agosto do ano passado, eram aproximadamente 3.100 pessoas sem teto pra morar.
Se não ter onde morar já é terrível, como se deslocar pela cidade com a tarifa de ônibus mais cara entre as capitais do país? 6 reais é muuuuiiito caro! Há quem peça uma CPI do transporte coletivo. É preciso investigar a relação Prefeitura x Empresas de Transporte. Mas e os vereadores vão aprovar? Claro que não!
Quem ainda consegue morar na periferia (sim! porque nem na periferia a vida tá fácil!) enfrenta problemas frequentes de falta de água. Serviço de esgoto? Bom, ai é pedir demais! Já é um "luxo" inalcançável para esse povo...
E a maior violência que assusta os moradores dessas ocupações é a chegada dos camburões com escudos, bombas de "efeito moral", cassetetes e cachorros. A ordem sempre é para "limpar" a área.
Dito isso, bora lembrar que o Odorico Paraguaçu das araucárias já confessou que vomitou por causa do cheiro de pobre...
Curitiba precisa de um banho! Mas é para ser lavada e enxaguada com compaixão e empatia.
Por falar nisso, o Movimento Popular por Moradia faz um apelo: as famílias enfrentam todos esses problemas e ainda a fome. Muita fome.
Se puder, ajude! Como dizia Betinho: "Quem tem fome tem pressa".
Veja o apelo:
São centenas de famílias - a maioria delas lideradas por mães solos - que lidam diariamente com a incerteza sobre o que terão para comer na próxima refeição.
Doações por pix:
43.883.475/0001-86
Associação de Desenvolvimento Humano Cultural
Doações diretas:
Sede do Núcleo Periférico
R. Dr. Muricy 270 - Curitiba
Cozinha Comunitária da Nova Esperança
R. Mauro M. Dantas 333 - Campo Magro