Jânio de Freitas, 90 ("repita!") 90 anos foi mandado embora nessa quinta-feira, da Folha de São Paulo. No jornal desde 1980, mantinha a coluna política desde 1983.
É "só" o principal jornalista político do Brasil. Melhor analista do cotidiano da (agitada) política de terra brasilis. Pra muita gente, era a única razão para continuar ("insistir") em ler o jornal.
E a Folha segue uma tendência de vários grandes jornais: Tornaram-se empresas financeiras que usam o jornal como um "braço" para defender suas (ultraliberais) ideias. A Folha é dona, por exemplo, do "PagSeguro", a famosa "maquininha".
Diante disso, Freitas virou uma "ilha" nesse mar liberal. Um dos últimos textos dele no jornal retrata isso: "Lula não foi eleito para servir à camadinha especulativa". Aí, creio, a "convivência" ficou complicada.
O jornalista Chico Pinheiro (que foi demitido da TV Globo) afirmou: "Demitir o maior jornalista político do país é sintoma de doença mortal". Eu diria que é de doença mental...
Sobre os meios de comunicação, Jânio de Freitas já afirmou:
"Os meios de comunicação brasileiros nunca deixaram de ser parte ativa nos esforços de conduzir o eleitorado. Sua origem e sua tradição são de ligações políticas, como agentes de facções ou partidos. Só em meado do século passado dá-se a primeira e derrotada tentativa, no Jornal do Brasil, de prática desconectada de segmentos políticos".