Já dizia a minha finada avó (que Deus a tenha!): "Fio... economia é a base da porcaria". Sábio ensinamento de uma pessoinha de pouquíssimo estudo mas que tinha mais sabedoria de vida do que 10 executivos com MBA em Harvard.
Pensa você: A competição tem um mês de duração. Nas primeiras semanas é um ritmo insano com 3... 4 partidas por dia. E você manda, para cobertura "in loco", só dois narradores. Sendo que um tem 61 anos e outro tem 72 anos. Tecnicamente, os dois são considerados idosos.
O de 61 anos é Luís Roberto, que ficou rouco trabalhando. Teria sido por mudança de condições atmosféricas (ar muito seco do deserto) e de temperatura. Vai ficar afastado alguns dias pra se recuperar. O de 72 anos é Galvão Bueno, que nem pôde viajar para a abertura da Copa porque pegou covid-19. Negativado, seguiu viagem. Mas será que está com a saúde 100% ???
Claro que, no Brasil, os "não eleitos" para cobrir o Mundial no Catar, ficam no estúdio da emissora fazendo a chamada transmissão "via tubo" de vários jogos.
A equipe reduzida no Oriente Médio é uma questão mais econômica do que sanitária. Dá pra ver pelas imagens que chegam por redes sociais que a vida continua normal por lá. Com a turma saindo pra almoçar, jantar e ir a bares quando o horário permite.
Ninguém parou pra pensar: "Só 2? E se der algum problema?" Com certeza, ninguém pensou...
Por coincidência, vi uma longa entrevista, nessa terça-feira, que o jornalista Marcos Uchôa concedeu à ESPN. Ele explica que um dos motivos pra deixar de trabalhar em televisão foi a queda de investimento em reportagens, em viagens. Esse tipo de investimento é a matéria-prima do Jornalismo. Com isso, claro, cai a qualidade.
Quem leva 2 narradores, leva 3. Não é despesa. É investimento. Como é que você convoca um time para um Mundial sem reservas para ir pro estádio?
Minha avó tinha razão!