segunda-feira, 14 de novembro de 2022

"A FILHA DE DEUS": APRENDIZ DE M. NIGHT SHYAMALAN

    


    O diretor indiano naturalizado americano M. Night Shyamalan empilhou alguns sucessos desde o extraordinário "O Sexto Sentido" (1999).  Também nos brindou com outras produções muito boas como "Corpo Fechado" (2000), "Fragmentado" (2016) e "Vidro" ( 2019). Shyamalan desenvolveu a técnica do "suspense+espiritualidade+sobrenatural".
    E parece que fez escola. Gee Malik Linton, americano de Nova York, mas de família jamaicana, fez o roteiro e dirigiu "Exposed" ("Filha de Deus"), em 2016, quando tinha 42 anos. O filme é estrelado por Ana de Armas e Keanu Reeves (com interpretações muito boas) e  com participação de Mira Sorvino. O elenco secundário é fraco. Mas acreditemos na máxima que "Deus faz o filme certo com elenco ruim"...
    O filme já teve polêmica desde a produção até a edição. Pra começar, o diretor queria que ele se chamasse "Daughter of God" ("Filha de Deus"). Mas o estúdio preferiu "Exposed" ("Exposta").  Linton queria que o foco ficasse na personagem de Ana de Armas. Mas a produtora resolveu centrar a atenção no policial vivido por Reeves. Se bem que... há até um certo "balanceamento" entre os dois núcleos. Curioso que no Brasil ganhou o título original que o diretor queria: "Filha de Deus".
    Armas vive uma professora de educação infantil em Nova York no "núcleo latino". Toda a participação dela é em grande parte falada em espanhol (a atriz é cubana, não teve problemas...).  Isabel (a personagem)  pensa  ter testemunhado/estar vivendo um milagre. E passa por situações que envolvem o sobrenatural.
    Reeves é um policial que investiga quem matou um parceiro dele. São histórias diferentes que vão se encontrar no fim do filme. 
    Se a trinca Armas+Reeves+Sorvino está bem, o mesmo não dá pra dizer do elenco do segundo escalão. Atores que fazem papéis bem caricatos. Parece que estão ali pra faturar o cachê e ir embora.
    É o tipo de película que você precisa prestar atenção nos detalhes. Porque, no final... bem, confira você mesmo!
    Não é de difícil compreensão. Pelo contrário. Um pouco antes do fim o espectador "ganha" a explicação de tanto mistério. Mas é o tipo de filme que "vale a pena ver de novo" pra "pescar" alguma coisa que tenha passado despercebida.
    Definitivamente Linton se matriculou na escola de Shyamalan.

    * Filme disponível no Prime Vídeo