Não adiantou a bancada conservadora e os isentões espernearem: O vereador Renato Freitas (PT) está de volta à Câmara Municipal de Curitiba onde deve ficar até o fim do mandato. Em 2023, assume como deputado estadual, cargo para o qual foi eleito com 57.880 votos.
Com muita ironia, Freitas mandou ver no discurso nessa segunda-feira, 10, dia em que reassumiu o mandato cassado pelos "colegas":
"Quero agradecer aos vereadores que tentaram me cassar, afundados em sua própria cobiça, cegueira e ódio. [Eles] tornaram possível e pública uma questão importante [sobre] qual o papel da igreja na luta contra o racismo, das Casas Legislativas contra o racismo, da sociedade curitibana contra o racismo.[...] Aquele que não ama o seu próximo é sete vezes maldito, enquanto aquele que faz do seu próximo um inimigo é 70 vezes maldito. Os homens de ódio só conseguem amar a si próprios, os homens de orgulho não suportam os seus iguais. Os homens de cobiça querem ouro e títulos. Os homens de rapina espreitam os fracos para despojá-los, não para lhes assegurar a saúde!".
Saiba/relembre: Os "colegas vereadores" cassaram duas vezes Renato. Cassaram uma, ele recorreu e ganhou. Aí eles recorreram e ele ganhou, no STF, numa decisão do ministro Luís Roberto Barroso que afirmou haver "racismo estrutural" na Câmara de Vereadores da capital do Paraná.
Não contentes, esses "colegas" afirmam que vão recorrer ao plenário do Supremo.
Renato foi afastado do cargo com a alegação de que "quebrou" o decoro parlamentar ao entrar numa igreja, em fevereiro, pra protestar contra o racismo. Detalhe: A igreja foi construída, no centro histórico de Curitiba, por pretos escravos.... O próprio padre pediu que ele não fosse cassado.
Renato Freitas mandou a letra em nome da democracia:
"Todo poder ao povo e o poder do povo vai fazer um mundo novo. Meu sincero e leal agradecimento a todos vocês que acreditaram e, em especial, às 57.880 pessoas que confiaram em mim nas urnas dessas eleições. Venceremos!"