O apresentador acompanha o "desempenho" dos debatedores...
Depois de todas as trapaças, desordens, presepadas e bagunças feitas pelo (falso) padre Kelmon ( que estava ali, evidentemente, só pra bater em Lula) na noite/madrugada de quinta/sexta-feira no debate, o apresentador William Bonner defende "mudanças" no formato desse tipo de programa.
Em nota enviada ao colunista Ancelmo Gois, ele afirma, sem citar Kelmon (claro!):
"Não é uma coincidência que isso se dê simultaneamente com o surgimento e o crescimento das redes sociais. A intolerância belicista que elas alimentam se dissemina para fora do universo digital, virtual. E é claro que a política é o ambiente para a tempestade perfeita. Hoje a lei eleitoral obriga as emissoras a convidar candidatos de partidos que tenham ao menos meia dúzia [ o número exato é pelo menos 5] de parlamentares [no Congresso Nacional]. Isso aumenta muito o número de participantes. Talvez seja o caso de estabelecer uma regra que aumente a exigência de representatividade política para que um candidato participe dos debates".
Pô, Globo! Me ajude a te ajudar! A emissora que pratica, as vezes, algo que se aproxima do Jornalismo, poderia ser mais assertiva nisso. Por exemplo: Judicializar o formato do debate. Na hora de pensar na realização, entrar na Justiça estabelecendo regras para que paraquedistas como esse padre fake não participem. Aí você me pergunta: "Ah, mas você acha que a Justiça vai dar ganho de causa para a emissora?" Respondo: "Não sei! Só saberei se eu tentar!"
O formato atual deve ser discutido não só na Justiça, mas dentro da emissora. Começando pelo horário de exibição: Iniciar às 22h30 e acabar aos 15 minutos para as duas da manhã é "pacabá" com qualquer um! Debate presidencial só acontece a cada 4 anos. Não dá pra cancelar só nesse dia o capítulo da novela e começar o programa às 21h30? Nos EUA, o confronto entre Biden e Trump começou às 21h e terminou às 22h30...
Mas, ao contrário do que possa afirmar, a Globo não está interessada em "prestar um serviço para a democracia". Ela quer encaixar o debate - como se fosse um programa qualquer, como uma novela ou reality show - na grade de programação.
Do jeito que é feito é pra virar, mesmo reality show. O apresentador se comporta como um Big Brother que só dita as regras, como se fosse um ser todo poderoso. E em alguns momentos se comporta como um "leão de chácara". Pra isso, não precisa ser jornalista. Um segurança "parrudo" resolveria o caso. Se precisa de "juiz", por que não o Daronco, que é fortão?
E o cenário vira uma arena, um coliseu, onde gladiadores(as) se matam. É nisso que a TV aposta: Briga na lama pra ganhar audiência. Propostas para melhorar o país? Esqueça! Eu quero ver é dedo no olho, chute no saco, tacle, tesoura voadora... Verdugo contra La Mumia; Mister Argentina contra Joia, o Psicodélico; Demônio Cubano contra Barba Ruiva...O negócio vira telecatch.
A nota do apresentador parece mais uma "nota oficial" da Globo.
Quem sabe se o programa fosse dirigido pelo Boninho não fizesse mais sentido.
De jornalismo não se viu nada.
Me lembro que, quando era piá, assistia emocionado as lutas de telecatch e meu pai dizia:
"É tudo marmelada!"