1988 marcou uma virada nos filmes de ação. O astro Clint Eastwood incorporava pela quinta e última vez o detetive "Dirty" Harry Callahan. No mesmo ano, uma estrela que surgia, Bruce Willis, interpretava, pela primeira vez, o policial John McClane.
A diferença entre os dois era muito nítida. Callahan era o detetive à moda antiga. Durão. Cara de pedra. Não sorria. Não mostrava os dentes nem para o dentista. Era o tipo de cara que dava "trocentos" tiros e matava "trocentos" bandidos. Dificilmente levava um balaço. Raramente se machucava.
Já McClane surgiu como a grande novidade nesse gênero. Ao contrário do herói vivido por Eastwood, o de Willis era um "ser normal", que dava tiro mas levava chumbo. Dava porrada mas levava sopapo. Fazia piadinhas com tudo. Ou seja, era um ser humano e não uma máquina de matar. McClane caiu no gosto da crítica e do público.
Mas falemos de Dirty Harry. Como dito, foram 5 filmes: "Perseguidor Implacável" (1971); Magnum 44" (1973); "Sem Medo da Morte" (1976); "Impacto Fulminante" (1983); e "Dirty Harry na Lista Negra" (1986).
No primeiro filme ele explica de onde veio o apelido: Por fazer o "trabalho sujo" nas ruas de San Francisco, passou a ser conhecido como "Dirty" Harry. No longa de 1983, surgiu o bordão que virou um clássico do personagem: "Go ahead, make my day" ("Vá em frente, faça o meu dia") que era dito para os bandidos quando ele os confrontava. Na produção de 1986, um outro bordão, mas que não ganhou tanta força. Quando ia matar um vilão, avisava: "Sua sorte já era".
Normalmente numa cinessérie, o primeiro filme é o melhor. Talvez até o segundo. Mas no caso de Dirty Harry, acho que com o amadurecimento do ator e do personagem, melhorou com o tempo. Afinal foram quase 20 anos do personagem na telona.
Gostei mais dos dois últimos. Em "Impacto Fulminante" uma garota é estuprada e, anos depois, sai - literalmente - caçando os estupradores. Harry precisa encontrá-la antes, para que a história não vire uma tragédia ainda maior. Esse é o filme do "Faça Meu Dia".
Em "Dirty Harry na Lista Negra", o enredo trata de um assunto cada vez mais moderno: o mundo (muitas vezes fútil) das celebridades. Curioso que (os ainda muito jovens...) Jim Carrey faz um roqueiro que não tem vida longa, e Liam Neeson faz um diretor de filme de terror(!). A história gira em torno de um jogo mortal com uma relação de nomes de celebridades que "merecem" morrer. Destaque para uma perseguição - muito louca - de carros nas ladeiras de San Francisco. Nesse caso era o carro do personagem de Eastwood sendo perseguido por um carrinho com controle remoto que carregava uma bomba!
São os meus preferidos. Mas, como diria Dirty Harry no último filme:
"Opinião é igual a bunda. Todo mundo tem uma".
THE END
