Sílvio Lancellotti, que morreu nessa terça-feira, 13, em São Paulo, aos 78 anos, depois de uma parada cardíaca, era representante de uma categoria de jornalistas cada vez mais difícil de encontrar: o Multicultural. Alguns falam que ele era "multifuncional". Prefiro a definição ligada à cultura.
Arquiteto... mestre de cozinha...escritor...jornalista... crítico de música clássica... cronista esportivo. Comentava tão bem tanto o futebol americano quanto o nosso futebol.
Sílvio não usava "antolhos" como muita gente que trabalha em canais de mídia usam. Ele não tinha uma "visão limitada". No comentário de um jogo ele poderia contextualizar historicamente ou geopoliticamente um time e/ou uma torcida. Dava uma visão ampla do fato. Fazia o que todo mundo que "lida" com a informação deveria fazer.
Lancellotti foi um dos fundadores da revista Veja, redator-chefe da IstoÉ e diretor de Redação da revista Vogue. Na televisão trabalhou na BAND (com Luciano do Valle) e na ESPN. Foi colunista dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
O jornalista cobriu algumas Copas do Mundo e tinha, no R7, um blog com um nome apropriado: Copa & Cozinha.
Sílvio já trazia no nome o amor pelo futebol: LANCEllotti. Suas duas paixões futebolísticas foram a Juventus e o Corinthians.
Como bem disse o jornalista Menon, com a morte de Sílvio morrem muitos Lancellottis.