Já escrevi aqui algumas vezes e repito: O problema não é onde a pessoa trabalha, mas como a pessoa trabalha. Isso em todas as profissões. A menos que você seja o dono do negócio, você vai ter de vender sua mão de obra para "alguma firma". Afinal, no fim do mês tem aquela pilha de boletos pra pagar.
Porém... "vender mão de obra" não significa "vender a consciência". Dá pra trabalhar mantendo a dignidade pessoal, seus princípios éticos. Deixar isso claro pra quem manda (seja o chefe ou diretamente o patrão...).
Às vezes (ou muitas vezes) você é obrigado a fazer coisas que o desagradam - que ferem a sua visão de mundo. Nesses casos (óbvio, não sendo alguma atividade ilegal, criminosa. Aí você nem vai estar naquela "organização"...) em que não concorda com o que lhe propõem, no mínimo (com educação!) dá pra dizer que "não concorda" com aquilo, ou que acha que o "serviço" deveria ser feito de uma maneira diferente. Mas apresente sugestões. Não fique no "apenas não quero".
Poisintão, companheiras e companheiros! Independente desse cenário, o que mais tem ocorrido em grandes empresas são demissões. E a coisa é inevitável quando quem tem a chave do cofre resolve mandar embora. Fazer o comunicado de um "pontapé na bunda" normalmente é função pra quem tem o chamado "cargo de confiança": Diretor, gerente ou coordenador. Esse profissional (se quiser manter seu emprego...) não pode se negar a "soltar a guilhotina". Mas, num ato de "hombridade" - no sentido de retidão de caráter - pode tentar negociar com o patrão para que as demissões não ocorram. Se elas forem "inevitáveis", que sejam no menor número possível. Ou pelo menos que se dê um tempo para as coisas "se acertarem" na "firma". Que se busquem alternativas.
Tem, claro, aquele "chefete" que veste não só a camisa, mas a calça, a blusa, a cueca ou a calcinha da empresa e chama o infeliz "contemplado" e simplesmente tasca (ainda com um sorrisinho sacana): "Você sabe que as coisas mudaram. Portanto, você está demitido!"
Essa "pessoa" esquece que ele(a) também é empregado(a) e que um dia também pode chegar a vez dele(a). Como diz o ditado: "Jacaré, deixa estar, que a lagoa há de secar!"
E os "comentários" quando alguém (conhecido, popular) é mandado embora?
Comentários reais, já lidos em redes sociais e/ou em reportagens:
"Ah... pensou que iria se aposentar na empresa?"
"Isso não é estatal pra pessoa nunca ser mandada embora!"
"Acha que é companhia hereditária pra passar o cargo pro filho, pro neto?"
"A mamata acabou. Agora todo mundo pode ser demitido!"
"Patrão manda embora a hora que quiser. Isso é capitalismo. Não precisa pedir permissão..."
Veja que quem faz esse tipo de comentário, é tão trabalhador (não é rico, precisa trabalhar pra se manter) quanto aquele(a) pobre coitado(a) que levou o pontapé na bunda. Mas, quem comenta acha que com ele(a) nunca vai acontecer. Poder "comentar" dá a impressão para o(a) sujeito(a) que é "intocável"...
Em vez de ser solidário ao desempregado, é solidário (numa forma estúpida) a quem manda embora.
É o empregado burro que tem empatia pelo patrão.