Chico Mendes (1988); Missionária Dorothy Steng (2005); Maxciel Pereira dos Santos (2019); Paulo "Lobo Mau" Guajajajara (2019); Cacique Emyra Wajaãp (2019); Reginaldo Barros e Maria da Luz de Souza (2021); jornalista Dom Phillips e indigenista Bruno Pereira (2022). Todos ambientalistas, todos mortos por causa da defesa dos povos indígenas e das florestas.
Essa semana, da descoberta do assassinato de Dom e Bruno, o debate foi: "A culpa é do presidente?" Um comentarista de Canal de Notícias chegou a dizer: "Não podemos politizar essas duas mortes. Não podemos culpar o presidente! Caso contrário, teríamos que culpar, também, Sarney e Lula, porque no mandato deles também ocorreram mortes de ambientalistas!"
Ele afirmou, também, que são crimes "comuns" (oi?) praticados por pescadores ou garimpeiros ilegais. Óbvio que "crimes comuns" acontecem em qualquer governo. Mas aqui não se trata de ferir ou matar alguém pra roubar uma quantia em dinheiro, um celular ou um carro. Nesse caso a situação é mais complexa e envolve, sim, investimentos - ou não - em meio ambiente. Em proteção de uma parte do país. É segurança nacional.
O atual governo dá muito pouca atenção para a proteção da Amazônia. Minguou o destino de recurso para aquela área. O Palácio do Planalto "loteou cargos no Ibama, ICMBio e Polícia Federal na região. Isso fragilizou a fiscalização e o crime organizado tirou proveito disso". Palavras do professor da Universidade do Estado do Pará, Aiala Couto. É o que me informa o UOL.
Para o professor, o narcotráfico também entrou nesse circuito a partir de 2019:
"O crime organizado conseguiu compreender esse cenário de fragilidade e promoveu articulações milti-institucionais em atuações que envolvem tráfico de drogas, armas, pesca, garimpo ilegal, biopirataria, que torna [o crime] muito mais rentável e eficaz".
É aquela história, meu amigo/minha amiga: Onde falta estado, "sobra" o crime. "Afrouxando a tanga" o governo federal acabou facilitando a atuação de todo tipo de bandido. Como se diz no jogo do bicho, "tem para todos".
E veja que coisa terrível:
A maioria dos assassinatos de ambientalistas, nos últimos 35 anos, aconteceu no atual governo.
Coincidência? Bora Pensar!