A segunda-feira foi terrível para as famílias do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira. Logo cedo a família de Dom recebeu da Embaixada brasileira em Londres a notícia de que "dois corpos foram encontrados" no extremo oeste do Amazonas. Os parentes concluíram que poderiam ser Dom e Bruno. A informação chegou à imprensa.
Mas havia uma ressalva: "Nenhuma identificação havia ocorrido". O dia passou e a Embaixada não se pronunciou mais. Para a Polícia Federal, oficialmente, os dois continuam desaparecidos. As buscas continuam.
Sofrimento incalculável para os parentes, uma aflição enorme para a maior parte do país. Para quem tem empatia. Digo isso porque, ao fazer o seguinte pronunciamento na rede social, a cantora Marina Lima recebeu uma saraivada de impropérios, de insultos:
"Como acreditar num país desses?? Os bons são assassinados, desrespeitados, humilhados… o genocida avisou q iria acabar com todo o ativismo do Brasil. Temos que tirar esse monstro antes que ele acabe com todos nós. Justiça para Dom e Bruno! E todos nós!! Chega Brasil! VERGONHA."
É inacreditável, mas várias pessoas responderam nos "comentários" com "risadinhas" ("KKK"); com manifestações machistas, misóginas e/ou homofóbicas. Essas pessoas (com o evidente perfil "bolsominion") aproveitaram até para dizer que ela estava "politizando" mortes. Que ela age assim porque agora os artistas "não têm mais acesso à Lei Rouanet"...
E fizeram, também, ilações sobre o fato da área em que o jornalista e o indigenista desapareceram ser território apontado como do narcotráfico...
Assim como o "Mito" deles, também embarcaram naquela canoa do "foram lá porque quiseram..." simplificando uma tragédia e transferindo a "culpa" para as vítimas...
Esse é o retrato de um país doente. Pessoas que não se comovem com a morte de alguém. Que fazem pirraça, que brincam, que não têm respeito por outro ser humano.
Isso vem, desgraçadamente, desde 28 de outubro de 2018, quando o sujeito foi eleito pra ocupar o terceiro andar do Palácio do Planalto. E há só um jeito de mudar isso.
Através do voto. É ir às urnas eletrônicas pra remover esse entulho de Brasília. E logo no primeiro turno!
Muitos dirão: "Ah, mas eu não quero nem um nem outro...". Não é hora disso. É hora de retirar da cadeira quem levou o país ao caos.
É civilização contra a barbárie.
O Brasil está doente. O voto é a cura.
