Na cidade onde o alcaide disse, em 2016, que vomitou quando sentiu "cheiro de pobre", e a Câmara Municipal é o "salão de bailes" dele (só uma meia dúzia de vereadores são opositores, a maioria diz "amém" quando São Rafael reza), uma pessoa sem teto morreu na região central. Causa: Teria sido o frio intenso.
Pra enfrentar tragédias como essa (óbvio, tentar evitá-las) a gente vê como faz falta um humanista como o padre Júlio Renato Lancellotti, 73 anos, pedagogo e pároco da igreja de São Miguel Arcanjo na Mooca, cidade de São Paulo. Ele realiza um trabalho dedicado aos pobres e principalmente às pessoas que não tem um teto pra morar.
A atuação do padre Júlio já foi aclamada com alguns prêmios e títulos. Em 2021, foi um dos vencedores do Prêmio Zilda Arns pela Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa, da Câmara dos Deputados. Reconhecimento pelo trabalho em benefício da população em situação de rua.
Se políticos ficam mais preocupados em fazer debates em plenários ou comissões, o padre põe a "mão na massa" : distribuindo alimentos e agasalhos para proteger os miseráveis do frio. E não é o clássico "assistencialismo". É jogar uma boia para salvar a vida dos abandonados pelo poder público.
O religioso vai aonde o povo está.
E o inverno não espera os políticos terminarem um debate para chegar.