Como era de se esperar, o "ligeirão" de Rafael Greca (União Brasil) "passou por cima" da Câmara de Vereadores de Curitiba. Os ilustres edis aprovaram, em segunda votação, nessa terça-feira,31, mais 174 milhões de reais para os empresários que (literalmente) exploram o serviço de transporte coletivo na cidade. Foram 24 votos a favor da proposta de Prefeitura do repasse de dinheiro e apenas 10 votos contra.
Essa dinheirama toda é para subsidiar a tarifa, que para o povão já não é barata. Uma das mais caras do país: R$ 5,50. A grana "extra" seria para cobrir a diferença da "tarifa técnica" que é de R$ 6,36, segundo a Prefeitura.
Para o doutor em economia e professor aposentado da Universidade Federal do Paraná, Lafaiete Neves, "como se não bastasse o 'ralo' de dinheiro público, noticia-se ainda que há previsão de repasse de mais 15 milhões de créditos pelo governo de Ratinho Junior (PSD)"
Para a vereadora Professora Josete (PT), falta transparência da Prefeitura nesses repasses de aproximadamente meio bilhão de reais desde que começou a pandemia em 2020:
"Por diversas vezes, dentro da Comissão de Serviço Público a qual faço parte, fizemos pedidos detalhados sobre esses repasses, cobramos publicamente a URBS, mas nunca tivemos um retorno satisfatório aos nossos pedidos."
Outra petista, a vereadora Carol Dartora, também "soltou o verbo" afirmando que "o transporte público de Curitiba é uma 'caixa preta' que precisa ser aberta".
O líder do PDT na Câmara, vereador Dalton Borba, sapecou:
"É preciso uma auditoria externa para apurar os dados reais que constam nas planilhas encaminhadas à Câmara Municipal, já que esses dados são fornecidos pelas empresas de transporte, com tímida participação da URBS".
Veja os vereadores que votaram a favor do repasse (apoio à proposta do prefeito):
Alexandre Leprevost (SD)
Amália Tortado (Novo)
Beto Moraes (PSD)
Ezequias Barros (PMB)
Herivelto Oliveira (CID)
Hernani ( PSB)
Indiara Barbosa (Novo)
João dos 5 Irmãos (União)
Jornalista Márcio Barros (PSD)
Leonidas Dias (SD)
Marcelo Fachinello (PSC)
Mauro Bobato (Pode)
Mauro Ignácio (União)
Nori Seto (PP)
Oscalino do Povo (PP)
Osias Moraes (REP)
Pastor Marciano (SD)
Pier Petruziello (PP)
Sabino Picolo (União)
Serginho do Posto (União)
Sidnei Toaldo (Patri)
Tito Zeglin (PDT)
Toninho da Farmácia (União)
Zezinho do Sabará (União)
Veja os vereadores que votaram contra a proposta de repasse do dinheiro aos empresários:
Carol Dartora (PT)
Dalton Borba (PDT)
Denian Couto (Pode)
Flávia Francischini (União)
Marcos Vieira (PDT)
Maria Letícia (PV)
Noêmia Rocha (MDB)
Professora Josete (PT)
Professor Euler (MDB)
Salles da Fazendinha (DC)
Bora Pensar! Esse quase meio bilhão de reais repassados pela Prefeitura de Curitiba para os empresários representou tarifa mais baixa ou congelamento de tarifa para o povão? Não! Esse repasse representou ônibus mais confortáveis para os passageiros? Não! E vamos deixar bem explicadinho, nos seus mínimos detalhes: Conforto não é luxo. Conforto é direito do cidadão.
Vereadores que não pegam ônibus - e que votaram a favor da proposta de Greca - podem estar "se lamentando", afirmando que "sofrem um desgaste" com o voto "sim". Ué... é só votar "não".
Deveriam, em verdade, cobrar mais transparência da Prefeitura e das empresas de ônibus. E não simplesmente dizer "amém" às "ordens" que vêm do prefeito.
Que os eleitores peguem essa relação dos que "fecharam com Greca" e pensem bem se vão votar (ou não) naqueles vereadores que vão se candidatar a deputado.
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