Caetano e Gil já cantaram na música "Haiti":
"Presos são quase todos pretos/ Ou quase pretos/ Ou quase brancos, quase pretos de tão pobres/ E pobres são como podres/ E todos sabem como se tratam os pretos..."
Nessa quinta-feira, 6, a Polícia do Rio "colocou em prática" a letra dessa canção de protesto: Como se diz na gíria policial, "soltou o aço" (deu tiros) em muita gente numa operação (que virou chacina) e matou (até a última contagem...) 24 "suspeitos". A vigésima quinta vítima é um agente baleado na cabeça durante a ação.
Uma tragédia completa. Uma "operação" na favela do Jacarezinho toda errada. A começar pelo fato de ela ter sido realizada "à margem da lei": O STF não permite esse tipo de ação durante a pandemia nas favelas. Outra coisa: por que é "suspeito" tem que levar bala? A política do "atire primeiro e faça perguntas depois"?
"Oficialmente", os policiais estavam atrás de uma quadrilha do tráfico de drogas. Nessa atitude de "Rambos" ainda deixaram feridos 2 passageiros que estavam dentro de um vagão de metrô.
E o arsenal da Polícia para a ocupação do Jacarezinho estava completo: Helicóptero, blindado, bombas...
A matança aconteceu menos de uma semana depois de Cláudio Castro (PSC) ter assumido definitivamente o cargo de governador. Será que a política de Witzel para a área de Segurança vai parecer um "traque" perto do "canhão" que o novo governador usou hoje?