1. Seja curioso: Ninguém pode dizer que é jornalista se não for curioso. A curiosidade "está no DNA" (como dizem os moderninhos...) de quem quer ser jornalista. Sem curiosidade não adianta ter diploma. Melhor rasgá-lo. Não serve pra nada!
2. Admita sua ignorância: Assuma que você não sabe tudo (talvez quase nada...) e procure aprender. "Vivendo e aprendendo" como diria minha finada avó. Viu? Os mais velhos são sábios por natureza...
3. Faça perguntas: Não tem um monte de gente nas redes sociais "se gabando", "se confraternizando" que é "repórti"? Poisintão! A construção de uma matéria também começa pela "fundação" que, no caso, é a pergunta. O dito repórter começa a construir a sua (dele) reportagem com uma pergunta. E não tenha vergonha de perguntar. Se não entendeu o assunto, pergunte duas, três vezes. Peça pro entrevistado ser bem didático. Melhor assim do que escrever besteira na matéria...
4. Tenha humildade: Respeite os colegas, os mais experientes. Procure aprender todo dia. Não porque o seu "parceiro de firma" é mais velho. Nem precisa ser. Mas ele pode ser mais "rodado" em algumas estradas e te dar dicas importantes. Se acha que o teu texto está ruim, pede para esse alguém dar uma dica.
5. Aprenda a escrever: Aí entramos nessa "sinuca de bico" do texto. Esse já é o "acabamento" da construção da reportagem. É o que você vai ter de mostrar para o povo. E, por favor: Escreva de um jeito que o povo entenda! Mas, também...."escrever de um jeito claro e simples" não significa pobreza de texto. Aqui também entra "Humildade,2 - A Missão" : Coloque na sua cachola: Você não "nasceu jornalista". Você aprendeu - sim, existem técnicas para isso - (apesar de muitos acharem que diploma para o Jornalismo é bobagem...) na Faculdade. Ao longo da vida, foi aprendendo a escrever. E tenha certeza: Vai morrer e ainda vai estar aprendendo. Cada novo texto é uma nova aula. Lembre: Carlos Drummond de Andrade (sim! ele!!!) muitas vezes reescrevia 30 vezes um texto até achar que "estava bom". Você não é Drummond, esqueça! Talvez na próxima encarnação .... mas veja que escrever/reescrever faz parte da profissão.
6. Jornalista não rima com artista: Você precisa ter credibilidade (oh, yes!). Ela (a credibilidade) está meio em extinção, mas ainda dá pra salvar algumas almas do inferno da bocózisse. Meu amigo/minha amiga, teu negócio é dar notícia, não é apresentar programa de entretenimento...Se bem que....vários telejornais já viraram mais entretenimento que noticiário. E não vai ficar de dancinha, pulinho, rebolado no estúdio ou na rede social. A rede social é tua, mas a imagem (tua!) é pública, é do profissional. Bom humor é uma coisa... mas como é que eu vou acreditar na notícia que um cara dá, se 10 segundos antes ele estava "dançando"? Quer dançar, vai na Dança dos Famosos ou entra no Balé do Faustão...
7. Educação é uma coisa, subserviência é outra (1): E são completamente diferentes. Sim, você deve tratar seus entrevistados com educação, respeito. Não precisa chamar jogador de futebol de "senhor", mas não vá chamar a senhorinha de 103 anos que acaba de tomar a vacina contra a covid-19 de "véia vacinada". Respeito é bom! Palamordedeus...
Entretanto, se educação é básico, também não vá "baixar as orelhas" para o entrevistado. Pode ser presidente, governador, prefeito... seja quem for. Ele não pode "te mandar", dizer o que você deve fazer. Tenha personalidade, mas não seja arrogante!
8. Educação é uma coisa, subserviência é outra (2): O relacionamento com a chefia na "firma" deve ser de parceria. Respeite, mas não rasteje. Quando precisar, mostre que você pensa diferente. Seja firme, mas com cordialidade. Às vezes (talvez muitas vezes... ) você vai ser obrigado a fazer o que não quer. Mas deixe claro que você não concorda com isso. Que aquilo não é certo. Seja homem/mulher, não aja como um rato/rata. Uma vez perguntaram ao Grouxo Marx: "Você é um homem ou um rato?". Ele respondeu: "Jogue um pedaço de queijo no chão para saber..."
9. Você não trabalha para você, trabalha para a sociedade: E "sociedade", aqui, não se entenda "high society" (Pelamor...) . Quer dizer: Haverá dias em que você fará assuntos que você gosta, outras vezes, pautas "chatas". Mas, fazer o quê? Mesmo em editorias específicas, como no esporte, nem tudo é futebol...E a população (sua audiência na TV/Rádio/Internet) quer saber de diversas coisas. Não só daquilo que "você gosta". Esteja preparado.
10. Leia: Você só vai aprender/continuar aprendendo a escrever, se tiver o hábito da leitura. E entenda-se por ler não só jornais. Leia biografias, romances, contos, poemas, poesias, livros de história. Uma diquinha tão boa quanto pão quentinho: Se o teu caso é escrever para televisão, leia muita poesia. O ritmo da poesia ajuda no ritmo do texto televisivo. Mas não saia por aí pensando que é um Carlos Drummond (olha ele aí de novo!!!), uma Cecília Meireles, um Vinícius de Moraes ou uma Cora Coralina. Você é apenas e tão somente um jornalista. Calma, não é um Zé Ruela! Mas a pessoa que precisa informar do seu Zezinho jardineiro ao poderoso empresário. Teu texto vai ter de "servir" para os dois. Te vira! Sonhou em ser jornalista, agora acorda!
