quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

SINDICATO DOS JORNALISTAS E FENAJ CRITICAM DEMISSÕES NA RPC

 

GRPCom demite mais seis jornalistas no Paraná

SindijorPR, Sindijor Norte e Fenaj lamentam cortes em plena pandemia e orientam trabalhadores a solicitar que as rescisões sejam supervisionadas pelas entidades


Menos de um mês depois de ter desligado 11 profissionais no Estado, o Grupo GRPCom [dono da RPC, afiliada da Globo no Paraná] voltou a demitir jornalistas nesta terça-feira (11). Foram três trabalhadores demitidos em Foz do Iguaçu, dois em Ponta Grossa e mais um em Londrina, sendo quatro repórteres, um repórter cinematográfico e um editor. Até o momento, o grupo – um dos que mais demite no Paraná - já desligou 21 jornalistas somente neste ano.

Os Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e do Norte do Paraná (Sindijor Norte) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lamentam as demissões e chamam a atenção para o descaso com os trabalhadores demitidos em plena pandemia e, ‘oportunamente’, após o fim do período de estabilidade provisória decorrente das medidas de redução de salário e jornada autorizadas pelo governo federal.


Não existem informações concretas sobre o fechamento de vagas no GRPCom, mas sabe-se, por exemplo, que em Ponta Grossa a RPC passará a contar apenas com um produtor – sendo que a empresa já chegou a manter três profissionais nesta mesma função. As demissões anteriores afetaram trabalhadores de Curitiba, Maringá, Cascavel e Paranavaí.


O diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Henrique Vidal, destaca que as demissões têm ocorrido em um dos anos mais difíceis para os jornalistas. “Muitos dos profissionais não puderam trabalhar de casa e, em plena pandemia, saíram às ruas para manter a população informada, pois o jornalismo é uma atividade essencial. E apesar de todos os riscos enfrentados, ao invés de receber adicionais, ainda tiveram salários cortados e agora estão sendo demitidos”, lamenta.


Para a presidente do Sindijor Norte, Ticianna Mujalli, as demissões demonstram o descaso das empresas de comunicação em relação aos jornalistas. “Não podemos esquecer que, neste ano, ainda sequer conseguimos fechar a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho porque os patrões são intransigentes em nos impor perdas. Somos os primeiros a ficar sem reposição da inflação, os primeiros a ter cortes de salário e, infelizmente, também somos os primeiros na lista de demissões”, ressalta.


Os Sindicatos se colocam à disposição dos trabalhadores demitidos e destacam que para ter a rescisão do contrato de trabalho supervisionada pelos seus diretores é preciso formalizar a solicitação junto à empresa em ato contínuo ao aviso prévio.