O Brasil inteiro sabe que vai existir uma "fila" pra tomar a vacina contra a covid-19. De acordo com o Ministério da Saúde, as prioridades são:
Trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos
ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Em um segundo momento, entram
pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como
portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras). A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e
funcionários do sistema prisional.
Mais do que justo, não é mesmo?
Poisintão! Não é que, em ofício mandado dia 30 de novembro, pela direção-geral do Supremo Tribunal Federal, a corte também pedia "prioridade" - e reserva de 7 mil doses - para imunizar magistrados e seus funcionários. Claro que isso não está previsto no Plano Nacional de Imunização e o ofício não foi aceito.
Em entrevista à TV Justiça, o presidente do STF, Luiz Fux, justificou o pedido e disse que não pensaram, em nenhum momento, em "furar a fila", em "passar na frente dos velhinhos". Ainda bem! Veja:
“Nós, por exemplo pedimos, de toda forma educada, ética, dentro das possibilidade quando todas as prioridades forem cumpridas de que também os tribunais superiores tenham meios para trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma”.
Se o próprio ministro afirma que eles pediriam vacina "depois que todas as prioridades fossem cumpridas", então não haveria razão para o ofício, não é mesmo?
Mais: Se nos tribunais existem juízes ou funcionários (dentro dos grupos prioritários) é óbvio que eles serão vacinados antes!