Alguém viu por aí o projeto da Prefeitura de Curitiba para a habitação popular? Não adianta tentar lembrar dos debates para a eleição, porque Rafael Greca não compareceu a nenhum. Fugiu da troca de ideias com outros candidatos...Pois bem, o homem foi reeleito no primeiro turno. Agora é vida que segue. Mas....
Enquanto o Palácio 29 de Março faz uma festa de arromba pra divulgar que o programa habitacional da Vila Divino no Atuba vai receber financiamento pra atender 105 famílias (com investimentos de incríveis 22,7 milhões de reais...), a capital paranaense viu, nesse sábado à noite, mais uma invasão de terreno abandonado.
Cerca de 350 pessoas ocuparam uma área no Caiuá, na Cidade Industrial de Curitiba, bem ao lado do CMEI Maria do Rocio Ramira Maestrelli. Essas famílias sofridas não querem nada de graça. Querem o direito básico de qualquer cidadão: moradia com prestações baixas, ou seja, que caiba no bolso de um trabalhador que ganha o salário mínimo.
Em quatro anos de mandato do alcaide, o que se viu foi a entrega de algumas dezenas de casas aqui, outras ali...anúncio de projetos de novas habitações.... Mas o dinheiro gasto com casa para o povo parece ser bem menor do que ele vem gastando nesse 2020 (ano que teve eleição....) com asfalto em toda a capital. Também está injetando ("auxílio emergencial") muito dinheiro nas empresas do transporte coletivo. Calcula-se que até o fim de dezembro sejam 180 milhões de reais e, até a metade de 2021, mais 102 milhões de reais. Será que em tão pouco tempo (um ano e meio...) já investiu tanto em habitação popular? Difícil...
O problema das ocupações de áreas será resolvido, em primeiro lugar, com verba para a construção de casas; em segundo lugar com os projetos; e em terceiro, com diálogo para a realocação dessas famílias enquanto os condomínios não ficam prontos. Viu? Não precisa ser "gênio" nem "especialista em urbanismo" pra saber como se resolve a questão...
Na ocupação de sábado, um líder do movimento declarou:
“Somos trabalhadores, somos migrantes, de outros estados, haitianos, estamos aqui porque precisamos”.