terça-feira, 6 de outubro de 2020

S.O.S. GESTOR: DIGNIDADE TEM PREÇO???

    


     A vida corporativa é bem retratada na série "Succession", da HBO. Não é à toa que ganhou o EMMY 2020. Num capítulo, o véio, dono do império de mídia, acha que está sendo traído por executivos do grupo. Numa festa de um "encontro da direção", ele coloca 3 diretores (entre eles um genro dele) pra "pagar mico". Não é bem "pagar mico", mas "pagar porco". Os 3 infelizes precisam ficar de 4, roncando igual a porcos (com o tradicional "óinc...óinc"...). Só assim eles são "alimentados" com salsichas ("vinas", para nós curitibanos...) que são jogadas por outros convidados do jantar.
    Esse nível de submissão parece ser inacreditável. Mas pode existir quase igual. Não nesse sentido da prática de um "bulliying" coletivo e em público, e dessa forma tão degradante. Mas no cotidiano das empresas. E de todos os setores da economia. A pessoa se sente "acuada", com medo de perder o emprego, e vai aceitando, vai engolindo tudo o que o patrão/diretor manda. Ninguém é louco(a) de questionar. Fazer uma pergunta "desagradável" pode significar o "olho da rua"...
    Um dos personagens humilhados em frente aos outros é já um senhor de idade avançada. Quando perguntaram pra ele porque se sujeitou a tamanha humilhação, respondeu: "Eu tenho contas pra pagar.... tenho um processo que perdi para pagar..."
    Na vida real, se sentindo impotentes pra arranjar "algo melhor", que não degrade a pessoa, vários(as) profissionais afirmam isso ao não "chutar tudo para o alto": "Tenho filhos pra criar e contas pra pagar".
    E a dignidade que fique para o lado de fora!
    Como já disse, um dia, o então ministro do Trabalho do governo Costa e Silva, Jarbas Passarinho: "às favas com os escrúpulos de consciência!"